São Paulo, Sábado, 08 de Janeiro de 2000


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Saiba mais sobre a história de Eli Cohen

da Redação

O espião Eli Cohen, enforcado em 1965 após ter conseguido se infiltrar no governo sírio e nas altas rodas de Damasco, é visto em Israel como um dos grandes heróis da história do país.
Alguns historiadores dedicam a ele parte das glórias pela vitória de Israel contra seus vizinhos na Guerra dos Seis Dias (1967).
Judeu nascido no Egito, Eli Cohen tinha o árabe como língua materna e traços semitas, o que permitia a ele se fazer passar por cidadão de qualquer um dos países árabes que, na década de 60, sonhavam em destruir Israel e "jogar os judeus ao mar".
Sua missão começou em 1960, quando o Mossad (serviço secreto israelense) o enviou à Argentina com um passaporte sírio falso e com o nome de Kamal Amin Taabet. Em Buenos Aires, ele se fez passar por um rico negociante e se tornou figura influente na comunidade síria argentina.
Foi lá também que se filiou ao Partido Baath e se aproximou do general Amin El-Hafez, à época adido militar da embaixada síria.
No ano seguinte, Eli Cohen se estabeleceu como homem de negócios em Damasco. O Baath chegou ao poder em um golpe militar e, em 1963, El-Hafez, seu amigo pessoal, tornou-se presidente do país.
Cohen dava festas em sua residência cujos convidados eram o presidente, o ministro da Defesa, a cúpula do Exército e as principais personalidades da Síria. Participava também de reuniões fechadas de gabinete e chegou a visitar as instalações militares sírias nas colinas do Golã.
Entre outras informações, teve acesso em detalhes aos planos do país de desviar o fluxo do rio Jordão e, assim, cortar o abastecimento de água de Israel.
Em 1964, as autoridades de Damasco desconfiaram da ação de agentes no país, principalmente devido à precisão dos ataques aéreos israelenses contra bases militares em locais escondidos.
Em janeiro de 1965, as informações que o espião enviava a Israel por meio de um transmissor foram interceptadas e ele foi desmascarado.
Apesar de apelos de governantes de vários países e até do papa Paulo 6º, cerca de 10 mil pessoas assistiram ao enforcamento em praça pública de Eli Cohen, em Damasco, em 18 de maio de 1965.


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