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Polícia da Áustria descobre rede global de pedofilia
Operação apontou 2.361 suspeitos em 77 países
DA REDAÇÃO
Autoridades da Áustria
anunciaram ontem a descoberta de uma rede global de pornografia infantil envolvendo ao
menos 2.361 suspeitos de 77
países, em uma operação "sem
precedentes na história criminal austríaca". Os suspeitos são
acusados de terem pago para
acessar vídeos na internet que
mostram crianças e adolescentes de menos de 14 anos sofrendo abuso sexual.
O governo austríaco informou que há brasileiros entre os
suspeitos, mas não divulgou
quantos são ou seus nomes.
Procurada pela Folha, a Polícia
Federal (PF) disse não ter recebido nenhuma notificação ou
pedido de investigação relacionados a esse caso.
De acordo com o ministro do
Interior da Áustria, Günther
Platter, estão sendo investigados, em seus respectivos países, 600 americanos, 400 alemães, mais de cem franceses. A
legislação sobre pedofilia varia
de país a país.
Dentre os suspeitos, 23 são
austríacos com idades entre 17
e 69 anos, entre eles, estudantes, funcionários públicos e
aposentados. Quatorze confessaram terem baixado os vídeos,
mas nenhum deles foi preso.
"Piores tipos de abuso"
Platter afirmou que os vídeos
mostram "os piores tipos de
abuso sexual infantil".
"Havia crianças sendo estupradas, e você também podia
ouvir os gritos", disse Harald
Gremel, policial austríaco especializado em crimes cibernéticos que liderou as investigações. "Podem ser vistos atos sexuais explícitos com crianças."
As investigações tiveram início em julho, quando um homem que trabalha para um servidor austríaco com sede em
Viena detectou a presença de
material pornográfico durante
uma checagem de rotina. Ele
então anotou e repassou às autoridades os números de protocolo de internet (IP), a identidade que cada computador assume ao entrar na rede.
Gremel afirmou que os links
para os vídeos foram colocados
em um website russo que já não
está ativo. O acesso ao site era
livre, mas os usuários tinham
de pagar US$ 89 por cartão de
crédito para ter acesso a mais
materiais pornográficos.
Em 24 horas, foram registrados mais de 8.000 acessos de
2.361 computadores em países
que incluem ainda África do
Sul, Argentina e Venezuela. Os
vídeos parecem ter sido produzidos no Leste Europeu, de
acordo com Gremel.
Na Áustria, as autoridades
apreenderam 31 computadores, sete laptops, 1.232 DVDs e
CDs, 1.428 disquetes e 213 videocassetes.
Ontem, autoridades chilenas
informaram que há quatro meses iniciaram as investigações
sobre a rede no país mas que
não divulgariam informações.
No ano passado, uma operação internacional de combate à
pedofilia deflagrada em 30 países resultou na morte de um estudante no Rio de Janeiro. Ele
teria se atirado da janela de seu
quarto enquanto a PF examinava seus computadores.
Com agências internacionais
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