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Alemanha revive terror dos 1970 com pedido de libertação de condenados
31.out.1968/Associated Press
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Andreas Baader, um dos fundadores do Baader-Meinhof, que se suicidou em 1977, e Gudrun Ensslin num tribunal de Frankfurt |
MARK LANDLER
DO "NEW YORK TIMES", EM FRANKFURT
Em outubro vai fazer 30
anos que os líderes do grupo
Baader-Meinhof cometeram
suicídio em suas celas em penitenciárias alemãs, encerrando uma temporada anárquica
de seqüestros e assassinatos
que veio a ser conhecida como
o "outono alemão".
Quando a imprensa do país
começa a relembrar aqueles
dias, dois dos últimos quatro
membros presos do grupo, que
veio a ser conhecido como Fração do Exército Vermelho, pediram às autoridades sua libertação antecipada.
As petições deflagraram um
debate sobre a maneira pela
qual deveriam ser tratados os
dois terroristas de extrema esquerda, que nunca expressaram arrependimento pelos
seus crimes.
Brigitte Mohnhaupt, 57, e
Christian Klar, 54, foram condenados pelos assassinatos de
um presidente de banco, um
promotor público federal e um
líder sindical, em 1977. Sentenciados à prisão perpétua, já
cumpriram 24 anos.
A julgar pela atenção dedicada ao tema, os alemães continuam fascinados por uma era
em que os terroristas protestavam ferozmente contra os
"porcos capitalistas".
"Existe um pouco do típico
romantismo alemão em ação
nesse caso", disse Henryk M.
Broder, da revista "Der Spiegel". "Essas pessoas não estavam em busca de dinheiro.
Não estavam em busca de poder. Eram idealistas desorientados, e é isso que os alemães
tendem a cultuar."
Uma larga maioria dos alemães se opõe a que Mohnhaupt e Klar sejam libertados. As pessoas que apóiam
suas petições apresentam argumentos estritamente jurídicos, como o de que a dupla não
mais representa ameaça à sociedade. Os 24 anos que eles
passaram presos superam o
período de prisão que qualquer dos criminosos de guerra
nazistas serviu no país.
Para a Alemanha Ocidental,
a onda de terrorismo dos anos
70 e 80 representou um teste
da democracia. "Diante do terrorismo que temos de combater hoje, o dos anos 70 era
brincadeira de criança", disse
Josef Joffe, editor da revista
semanal "Die Zeit". "Era o tipo
de terrorismo que se podia
combater com meios nacionais, e com as ferramentas comuns da Justiça criminal."
NA INTERNET - Leia a íntegra em
www.folha.com.br/070382
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