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RELIGIÃO
Parlamento turco autoriza véu islâmico em universidade
DA REDAÇÃO
O Parlamento da Turquia
aprovou ontem, em primeira
instância, uma emenda
constitucional que acaba
com a proibição do uso do
véu islâmico pelas mulheres
nas universidades do país,
numa iniciativa que acirra o
debate entre partidários do
governo de inspiração religiosa e defensores da tradição secular turca.
A emenda constitucional
foi aprovada por 404 votos
contra 92, ultrapassando
com folga a maioria de dois
terços. O resultado deve se
repetir na votação final, que
acontecerá amanhã, já que
mais de dois terços dos parlamentares apóiam a proposta de mudança.
O primeiro-ministro, Tayyip Erdogan, líder do islâmico moderado AKP (Partido
da Justiça e do Desenvolvimento), que apresentou a
emenda, afirma que o uso do
véu em universidades é uma
"garantia da liberdade pessoal e religiosa".
O fim da proibição do véu é
uma das mudanças mais significativas na estrutura social e religiosa da Turquia,
país muçulmano mas com
instituições políticas laicas
desde 1923, quando a República foi fundada pelo líder
Kemal Ataturk, que aboliu o
califado. O secularismo se reforçou ao longo do século 20,
culminando com a lei de
1989, que baniu o véu das
universidades públicas.
A elite secular turca
-composta por intelectuais,
juízes e militares- teme que
o fim da proibição do véu em
universidades seja o primeiro passo para acabar com a
tradição secular do país. No
último sábado, 120 mil pessoas saíram às ruas da capital, Ancara, para protestar
contra a emenda do governo.
Pesquisa divulgada na terça-feira nos principais jornais indicou que 64,9% dos
turcos aprovam a suspensão
da proibição do véu e só
27,6% se opõem. Dois terços
das mulheres turcas portam
o véu, e muitas desistiram de
estudar na universidade por
causa da proibição.
Com agências internacionais
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