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PARAGUAI
Presidente diz que caso está "encerrado'
Cubas volta a negar prisão para Oviedo
das agências internacionais
O presidente do Paraguai, Raúl
Cubas, desafiou ontem mais uma
vez a Suprema Corte do país e voltou a dizer que não vai mandar
prender seu aliado Lino Oviedo,
general da reserva condenado à
prisão por tentativa de golpe.
"O assunto está encerrado", disse o presidente paraguaio. Cubas
argumenta que o Executivo não está subordinado ao Judiciário. A
Corte Suprema disse, na sexta-feira, que o presidente deveria emitir
um mandado de prisão dentro de
no máximo 72 horas.
"O presidente Cubas deverá ser
submetido a um juízo político no
Congresso por desacato à Suprema
Corte", disse Carlos Filizzola, presidente do Partido Encontro Nacional, o segundo mais importante
da oposição paraguaia.
Cubas não está contrariando
apenas a Justiça ao evitar que seu
aliado volte para trás das grades
-uma pesquisa divulgada ontem
afirmou que a maioria da população paraguaia quer a prisão de
Oviedo.
Segundo a pesquisa, publicada
pelo jornal "Noticias", 62,3% dos
entrevistados afirmaram que o
presidente paraguaio deve acatar a
ordem da Suprema Corte e emitir
um mandado de prisão do general.
Apenas 23,9% consideraram injusta a pena de dez anos de prisão
que Oviedo recebeu em 1998.
Naquele ano, o general liderava
as pesquisas de intenção de voto
para as eleições presidenciais
quando foi condenado pela tentativa de golpe que havia encabeçado
em abril de 1996.
Seu então candidato a vice, Raúl
Cubas, acabou assumindo a candidatura a presidente e, com o respaldo popular de Oviedo, venceu
as eleições realizadas em maio.
Outro panorama
No poder, o novo presidente paraguaio decretou a libertação de
seu amigo golpista, detido havia
dez meses em uma prisão militar
de Assunção (capital do país).
Agora, a população paraguaia,
que permitiu a libertação de Oviedo ao eleger presidente o seu vice,
pede a prisão do general.
Segundo o sociólogo José Nicolás, que participou da elaboração
da pesquisa, os cidadãos "têm
consciência de que a convivência
civilizada funda-se no respeito às
decisões judiciais". A pesquisa,
com 1.300 pessoas, não teve divulgada sua margem de erro.
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