da Redação

Ao pressionarem o Paraguai pela manutenção da democracia, os seus sócios no Mercosul involuntariamente repetem um bloco que existiu no século 19 e protagonizou uma guerra.
Trata-se da Tríplice Aliança, a união de Brasil, Argentina e Uruguai contra o ditador paraguaio Francisco Solano López.
Claro que a comparação não passa muito daí. Não há nenhuma hipótese de os quatro países se engajarem em uma guerra longa (aquela durou de 1864 a 1870, com 600 mil soldados mortos).
Em meados do século 19, o Paraguai era um país de razoável saúde econômica e ambições expansionistas. Os líderes da Tríplice Aliança viam em Solano um ditador brutal, o que fornecia mais uma justificativa para derrubá-lo.
Agora, o grande interesse do Mercosul é apenas manter a estabilidade dentro do bloco. O maior risco ao qual o Paraguai está exposto é ser suspenso do grupo.
Além disso, Wasmosy não é um ditador, mas um civil eleito, que teve os vizinhos ao seu lado durante a tentativa de golpe de 1996. Mas se decidir virar a mesa, pode acabar tão isolado no continente quanto Solano.



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