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Flores nega ligação com Fujimori
DO ENVIADO ESPECIAL A LIMA
Quando é acusada pelos adversários de ser fujimorista, ou continuísta, Lourdes Flores Nano, 41,
gosta de lembrar que cedeu sua
própria casa, em abril de 1992, como quartel-general dos congressistas que se opuseram ao autogolpe promovido pelo então presidente, Alberto Fujimori.
"É a velha estratégia de mentir e
mentir até que alguém acredite",
diz. Mas admite que abriga em
sua coalizão (Unidade Nacional,
de centro-direita) ex-membros de
nível técnico do malfadado governo anterior e não recusa o apoio
de ex-fujimoristas. "Se quiserem
votar em mim, serão bem-vindos", afirma.
Formada em direito pela Universidade Católica e com um doutorado pela Universidade Complutense de Madri, Flores iniciou
sua carreira política aos 18 anos,
no Partido Popular Cristão, no
qual exerceu vários cargos, até ser
eleita para o Legislativo municipal
de Lima, em 1986.
Em 1990 ela chegou ao Parlamento, onde permaneceu até o
ano passado. Esta é sua segunda
tentativa de chegar à Presidência.
Em 1995, ela desistiu por falta de
apoio.
Na atual eleição, Flores foi a
grande surpresa no início do ano,
quando o apoio a sua candidatura
triplicou nas pesquisas entre janeiro e fevereiro. Desde então,
porém, sua candidatura estancou
e se vê agora ameaçada pelo crescimento de Alan García. Ela, porém, se diz confiante. "Temos medições diárias que nos deixam otimistas", disse ela anteontem.
Vaidosa, a ponto de tirar os óculos de grau quando dá entrevistas
à televisão, Flores se diz feminista
e afirma querer se tornar a primeira mulher presidente na machista América Latina sem ser
"mulher de ou filha de", referindo-se a viúvas ou filhas de políticos famosos que acabaram herdando suas carreiras.
Solteira, ela evita falar de sua vida particular. Sua companhia
mais frequente nos comícios e outros eventos de campanha é seu
pai.
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