São Paulo, domingo, 08 de abril de 2001

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Flores nega ligação com Fujimori

DO ENVIADO ESPECIAL A LIMA

Quando é acusada pelos adversários de ser fujimorista, ou continuísta, Lourdes Flores Nano, 41, gosta de lembrar que cedeu sua própria casa, em abril de 1992, como quartel-general dos congressistas que se opuseram ao autogolpe promovido pelo então presidente, Alberto Fujimori.
"É a velha estratégia de mentir e mentir até que alguém acredite", diz. Mas admite que abriga em sua coalizão (Unidade Nacional, de centro-direita) ex-membros de nível técnico do malfadado governo anterior e não recusa o apoio de ex-fujimoristas. "Se quiserem votar em mim, serão bem-vindos", afirma.
Formada em direito pela Universidade Católica e com um doutorado pela Universidade Complutense de Madri, Flores iniciou sua carreira política aos 18 anos, no Partido Popular Cristão, no qual exerceu vários cargos, até ser eleita para o Legislativo municipal de Lima, em 1986.
Em 1990 ela chegou ao Parlamento, onde permaneceu até o ano passado. Esta é sua segunda tentativa de chegar à Presidência. Em 1995, ela desistiu por falta de apoio.
Na atual eleição, Flores foi a grande surpresa no início do ano, quando o apoio a sua candidatura triplicou nas pesquisas entre janeiro e fevereiro. Desde então, porém, sua candidatura estancou e se vê agora ameaçada pelo crescimento de Alan García. Ela, porém, se diz confiante. "Temos medições diárias que nos deixam otimistas", disse ela anteontem.
Vaidosa, a ponto de tirar os óculos de grau quando dá entrevistas à televisão, Flores se diz feminista e afirma querer se tornar a primeira mulher presidente na machista América Latina sem ser "mulher de ou filha de", referindo-se a viúvas ou filhas de políticos famosos que acabaram herdando suas carreiras.
Solteira, ela evita falar de sua vida particular. Sua companhia mais frequente nos comícios e outros eventos de campanha é seu pai.


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