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Carisma é o trunfo de Alan García
DO ENVIADO ESPECIAL A LIMA
Para os adversários de Alan
García, a volta do ex-presidente
(1985-1990) à cena política peruana é um dos produtos da derrocada da ruinosa gestão de Alberto
Fujimori. Quando García deixou
o cargo para Fujimori, eleito pela
primeira vez em 1990, o país enfrentava um processo hiperinflacionário aliado a uma grave recessão. Além disso, o país estava assolado pela ação terrorista dos
grupos guerrilheiros esquerdistas
Sendero Luminoso e Movimento
Revolucionário Tupac Amaru
(MRTA).
Mas quem o vê discursando
percebe logo que sua reabilitação,
depois de ter voltado ao país em
janeiro de um exílio de quase nove anos na Colômbia, por causa
de processos por corrupção, é o
resultado de seu carisma como
orador brilhante, capaz de convencer até seu mais ferrenho adversário.
"É um caudilho populista típico", classifica o analista político
Rodrigo Montoya.
A carreira política de García começou em 1978, quando foi eleito
o mais jovem membro da Assembléia Constituinte, pela esquerdista Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra). Com apenas 36 anos foi eleito presidente.
No cargo, adotou diversas medidas de cunho populista. Um dos
pontos mais criticados de seu governo foi a decisão, em 1987, de
estatizar os bancos, medida que
teve alto custo político e econômico. Na atual campanha, García fez
o mea culpa e disse ter aprendido
com os erros cometidos em seu
primeiro governo.
Ele foi um dos políticos peruanos que apoiaram Fujimori contra o escritor Mario Vargas Llosa
nas eleições de 1990. O mesmo
Fujimori a quem acusaria, depois,
de promover uma campanha para desestabilizá-lo. Ela culminou
com um processo, em 1992, por
enriquecimento ilícito e corrupção, que o levou a deixar o país. A
maior parte das acusações contra
García prescreveu. Outra parte foi
arquivada pela Justiça no início
do ano.
(RW)
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