São Paulo, domingo, 08 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TENSÃO NO AR
Departamento de Estado americano diz que tripulantes de avião de espionagem podem ser liberados ainda hoje

Negociações entre EUA e China avançam

Reuters
Equipe de resgate em busca do piloto chinês desaparecido após colisão com avião dos EUA examina mapa da ilha de Hainan


DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China e os EUA deram sinais ontem de que o impasse sobre os 24 militares americanos detidos na China pode chegar ao fim ainda hoje.
O governo chinês convocou diplomatas norte-americanos para uma reunião, que deve contar com a participação dos tripulantes do avião de espionagem detidos no país, e o Departamento de Estado dos EUA declarou que a crise pode se encerrar hoje.
Sites chineses de notícias também disseram que provavelmente os militares seriam liberados hoje.
O "Diário do Povo", jornal oficial chinês, ressaltou que, segundo o senador americano John Warner, com as negociações em torno de um documento com explicações sobre o caso, a crise poderia se encerrar ainda hoje.
Autoridades dos dois países começaram anteontem a preparar, em conjunto, o documento.
A declaração conjunta deve conter uma conclusão comum sobre o episódio, evitando que uma das partes saia enfraquecida perante a opinião pública. Os EUA disseram que não vão incluir a palavra "desculpas" no documento, apesar da insistência chinesa.
O avanço nas negociações teve vínculo direto com a elaboração da carta e com a permissão dada pela China para que diplomatas americanos se encontrassem mais uma vez com a tripulação, detida no país há uma semana, desde que seu avião foi obrigado a pousar na ilha de Hainan depois de se chocar contra um caça chinês.
Diplomatas dos Estados Unidos se encontraram ontem, pela terceira vez, com a tripulação da aeronave.
Equipes de resgate chinesas continuavam a procurar o piloto chinês ontem, desaparecido desde o acidente.
Um corpo, que pode ser o do militar chinês acidentado, foi encontrado anteontem no mar do Sul da China. Más condições de tempo, contudo, impediram que as equipes de resgate se aproximassem do cadáver.

Solução rápida
Ontem e anteontem, aumentaram as declarações otimistas sobre o desfecho do caso por parte de ambos os lados.
Os governos chinês e norte-americano disseram ser a favor de uma solução rápida para evitar um dano maior a relações entre os dois países.
As relações se tornaram mais tensas depois que George W. Bush assumiu a Presidência dos EUA, em janeiro.
Bush afirmou que pretende substituir o conceito de "parceria estratégica" adotado por Bill Clinton em relação à China pelo de "competição estratégica".


Texto Anterior: Crise: Analista vê convulsão na Argentina
Próximo Texto: Estratégia de Pequim inclui o Brasil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.