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EUA
Cresce articulação entre republicanos pela candidatura do ator em 2002 para disputar o cargo que já foi de Ronald Reagan
Schwarzenegger quer governar a Califórnia
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Como brincou o ator Chris
Rock, morador da Califórnia, ao
saber da candidatura: "Você está
louco? Nós seríamos o primeiro
Estado a declarar guerra!". Mas é
verdade: cresce cada vez mais a
articulação que quer ver Arnold
Schwarzenegger, ator austríaco
naturalizado norte-americano,
como o candidato republicano ao
governo da Califórnia em 2002.
Seguiria assim os passos de outro ator canastrão transformado
em político depois que a carreira
em Hollywood começou a declinar. Sim, ele mesmo, Ronald Reagan, que governou o Estado entre
1966 e 1973.
O partido tenta tomar a Califórnia dos democratas, fortalecidos
pela estreita ligação que os Clintons mantinham com Hollywood.
A indústria cinematográfica é a
mais poderosa no Estado, e o
atual governador, Gray Davis, não
cansa de cortejá-la.
"Os partidários têm duas reações sobre a candidatura: ficam
intrigados ou se entusiasmam",
disse Wayne Johnson, consultor
do Partido Republicano na Califórnia, historicamente em segundo lugar em cargos majoritários e
em minoria legislativa.
Se não fosse o ator grandalhão
de 53 anos, mais conhecido por
seus papéis como brutamontes
em "O Exterminador do Futuro"
e "Conan, o Bárbaro" e que assinava Arnold Strong no começo da
carreira, quem mais?
O partido de George W. Bush
não é exatamente o mais popular
no meio artístico. Poucos, além de
Schwarzenegger, vieram a público declarar voto no republicano
na eleição de 2000. Bruce Willis,
Sylvester Stallone, a ex-Jeannie
Barbara Eden e a ex-mulher nota
10 Bo Derek são os principais.
Como argumento, há o precedente de Reagan e poucos outros,
como Clint Eastwood, que foi prefeito de Carmel, também na Califórnia, e o atual governador de
Minnesota, o astro de luta livre
Jesse Ventura.
Desde que declarou sua intenção a um colunista de um jornal
de Los Angeles, Schwarzenegger
já distribuiu até camisetas com o
slogan que pretende usar: "T2 in
2002", sendo T2 uma referência a
como é conhecido por aqui um de
seus filmes de maior sucesso, "O
Exterminador do Futuro 2".
Mas pessoas ligadas ao ator dizem que seria um balão de ensaio,
uma vez que ele tem compromissos com filmes até pelo menos
2004 e que nunca, na Califórnia,
um governador democrata perdeu uma reeleição.
Se lhe faltam alguns dos atributos básicos do político ideal -como boa dicção, ausência de sotaque, currículo consistente-, pelo
menos em um setor Schwarzenegger já mostra que é do ramo:
escândalos sexuais.
O ator é conhecido no meio de
Hollywood por suas escapadelas
e, por mais paradoxal que possa
ser, suas mãos leves. Só no mês
passado, uma das principais apresentadoras de telejornal de Londres veio a público dizer que tinha
sido bolinada por ele durante sua
entrevista ao programa.
Ele estava na Europa na época
promovendo a estréia de seu mais
recente filme, "O Sexto Dia". Segundo a jornalista, ele havia tocado em seus seios e perguntado se
eram verdadeiros. Em seguida,
beliscou seu traseiro. A assessoria
do candidato a candidato a governador negou tudo.
Outro problema a ser enfrentado pelos republicanos seria a divisão em casa. A apresentadora de
TV Maria Shriver, mulher de
Schwarzenegger, é sobrinha de
John F. Kennedy e democrata
desde antes de nascer.
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