São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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ÁFRICA DO NORTE

EUA torcem pela reeleição de Bouteflika

Argelinos elegem presidente após enfraquecimento de islâmicos

DA REDAÇÃO

Os argelinos votam hoje para presidente, em meio a acusações dos três principais concorrentes da oposição de que o candidato à reeleição, Abdelaziz Bouteflika, 67, usou a máquina do Estado e pretende falsear os resultados.
Mesmo assim, segundo observadores, será a eleição presidencial mais livre entre as três já disputadas naquele país norte-africano de 32 milhões de habitantes, desde que, em 1962, ele se tornou independente da França.
Na ausência de pesquisas independentes de intenção de voto, não há prognósticos confiáveis sobre os resultados. Um segundo turno será disputado caso nenhum concorrente obtenha a metade mais um dos sufrágios.
Os Estados Unidos acompanham o processo de perto e desejam que Bouteflika seja reeleito. Ele é o candidato da FLN (Frente de Libertação Nacional), ex-partido único e, nos anos 50, força política e militar clandestina, numa guerra de independência que matou 1,5 milhão de pessoas.
Washington acredita que Bouteflika, eleito em 1999, neutralizou os grupos islâmicos que poderiam se integrar às redes internacionais de terrorismo.
O principal adversário do presidente é seu ex-premiê, Ali Benflis. Entre os quatro outros candidatos menores, também têm alguma expressão eleitoral o islâmico moderado Abdallah Djaballah e o dirigente liberal Said Saadi.
Os três assinaram uma declaração conjunta na qual atribuem a Bouteflika a intenção de fraudar as eleições, embora não tenham feito acusações concretas. Cerca de 120 observadores internacionais acompanharão a votação.
A agência France Presse diz que a campanha foi bastante aberta, sem constrangimentos e com a livre discussão pela mídia dos programas de governo.
O clima foi favorecido pela neutralização da FIS (Frente Islâmica de Salvação), partido extremista religioso e defensor de uma República islâmica, que em 1992 poderia obter a maioria parlamentar no segundo turno das legislativas.
O Exército interrompeu o processo eleitoral, e a guerra civil que se prolongou pelos anos 90 fez entre 100 mil e 150 mil mortos.


Com agências internacionais


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