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EUA
Assessora presidencial é acusada de negligenciar terror
Rice tenta defender Bush e o seu futuro ao depor hoje em comissão
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
A assessora de Segurança Nacional dos EUA, Condoleezza Rice, depõe hoje diante da comissão
independente do Congresso americano que investiga os ataques do
11 de Setembro tendo que defender o que já foi o atributo inquestionável do presidente e candidato à reeleição, George W. Bush: o
combate ao terrorismo.
Rice foi pressionada a depor em
público e sob juramento após o
ex-chefe de contraterrorismo da
Casa Branca Richard Clarke ter
posto em dúvida, na mesma comissão, o empenho de Bush na
questão antes dos ataques.
Rice, que já havia falado à comissão em fevereiro -só que a
portas fechadas e sem prestar juramento-, terá que defender a
atual administração de duas acusações de Clarke: de que antes do
11 de Setembro não soube avaliar
a ameaça que a Al Qaeda representava e que, após os ataques, a
obsessão pelo Iraque impediu a
concentração na luta antiterror.
A aprovação do eleitor norte-americano ao modo como Bush
cuida da segurança interna caiu
depois do depoimento de Clarke,
segundo pesquisas recentes.
Segundo o jornal "Washington
Post", Rice dirá que os atos da administração antes de setembro de
2001 devem ser julgados dentro
de seu contexto -de uma diferente, mas não negligente, mentalidade ante as ameaças terroristas.
Ela ainda deve repetir o que vem
sendo alegado por Bush, que o governo fez tudo o que podia baseado nas informações disponíveis.
Além de influenciar o curso da
eleição presidencial de novembro, o depoimento de Rice pesará
sobre seu próprio futuro. A ela é
atribuído o desejo -e a possibilidade- de ocupar a cadeira de secretária de Estado num possível
segundo mandato de Bush.
Individualmente, a principal
acusação contra ela é a de ter uma
formação na área de segurança
influenciada pela Guerra Fria,
voltada para a relação entre Estados, o que teria desviado sua atenção do combate ao terrorismo,
supostamente visto por ela como
um assunto secundário. Segundo
o jornal "The New York Times",
em palestra em junho de 2001, intitulada "Prioridades e Desafios
em Política Externa", ela não fez
nenhuma menção ao terrorismo.
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