São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2005

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TRECHOS

"Todos devem ter presente a perspectiva da morte. E devem estar preparados para se apresentar diante de seu Senhor e Juiz e, simultaneamente, Redentor e Pai. O fato é que eu tenho esse momento em consideração continuamente, e deposito minha fé na Mãe de Cristo e na Igreja mãe de minha esperança- para o momento decisivo." (1980)

"De acordo com os desígnios da Providência, me foi dado viver o difícil século que está se tornando parte do passado, e agora, no ano em que minha vida chega aos oitenta ("octogésima advienens"), é preciso que eu me pergunte se não é hora de seguir o exemplo de Simeão, na Bíblia "Nunc dimittis". (2000)

"Espero que o Senhor me ajude a reconhecer até quando devo continuar esse serviço, ao qual me convocou em 16 de outubro de 1978. Peço-Lhe que me chame quando assim preferir. "Na vida e na morte, pertencemos ao Senhor... somos do Senhor" (Romanos, 14, 8). Espero ainda que enquanto me for dado realizar o serviço Petrino na Igreja, a misericórdia de Deus me dê as forças necessárias a realizar o trabalho." (2000)

"Quero depositar-me ainda uma vez completamente à mercê da graça de Deus. Cabe a Ele decidir quando e como devo encerrar minha vida terrena e meu ministério pastoral. Na vida e na morte, Totus Tuus com as graças da Imaculada. Aceitando desde já a morte que me seja destinada, espero que Cristo me conceda graças para a última passagem, para a [minha] Páscoa." (1980)

"Espero ainda que minha morte seja útil para a muito importante causa á qual procuro servir: a salvação dos homens, a salvaguarda da família humana, e no seio desta todas as nações e povos (com consideração especial à minha pátria terrena), que seja útil para as pessoas que confiaram em mim, particularmente, para as questões da Igreja e para a glória de Deus." (1980)

"O atentado contra a minha vida em 13/5/1981 confirmou, de muitas maneiras, a exatidão das palavras escritas no período de exercício espiritual de 1980 (24/2 a 1/ 3). Sinto tão profundamente que me encontro nas mãos de Deus e continuo à disposição de meu Senhor, confiando-me a ele por intermédio de sua Imaculada Mãe." (1982)

"No dia 13 de maio de 1981, o dia do atentado contra o Papa durante audiência geral na praça São Pedro, a Divina Providência me salvou de modo miraculoso da morte. Aquele que representa o único Senhor da vida e da morte decidiu prolongar minha vida, e de certa forma deu-me vida nova. E daquele momento em diante, a vida que me foi dada só podia pertencer a Ele." (2000)

"Aquilo que veio a ser acrescentado agora [em meu testamento espiritual], e ao longo dos exercícios espirituais passados, constitui um reflexo da difícil e tensa situação geral que marcou os anos 80. Depois do outono de 1989, a situação mudou. O último decênio do século passado se viu livre das tensões precedentes, o que não significa que não tenha acarretado novos problemas e dificuldades. Agradeço em especial à Divina Providência por o período da dita "guerra fria" se ter encerrado sem um violento conflito nuclear, um perigo que pesava sobre o mundo no período precedente." (2000)

"Os tempos que vivemos são terrivelmente difíceis e inquietos. Difícil e tensa se tornou também a vida da Igreja, que enfrenta provações características do nosso tempo tanto para os fiéis quanto para os pastores. Em alguns países, como por exemplo naquele sobre o qual li durante os exercícios espirituais, a Igreja se encontra em um período de tamanha perseguição que a situação é semelhante à do século 1, e talvez possa ser considerada como ainda mais grave, em virtude do grau de desesperança e de ódio que impera." (1980)

"O Senhor me venha a conceder a graça necessária a enfrentar, de acordo com Sua vontade, qualquer prestação de contas, prova e sofrimento que venham a ser requeridos de Seu servo, no curso da vida." (1979)
"Tenho igual fé em que Ele não permitirá que por quaisquer palavras, atos ou omissões de minha parte sejam traídas as minhas obrigações com relação à Sede Petrina."
(1979)

"Quando, em 16 de outubro de 1978, o conclave de cardeais me elevou ao Papado como João Paulo 2, o cardeal primaz da Polônia, Stefan Wyszyski, me disse que "a responsabilidade do novo Papa será conduzir a Igreja ao Terceiro Milênio"(...) Dessa forma, eu estava razoavelmente preparado para a responsabilidade que me foi atribuída no dia 16 de outubro de 1978. No momento em que escrevo estas palavras, o ano do Jubileu, 2000, a previsão dele já se tornou uma realidade em ação." (2000)

"Desejo ainda uma vez exprimir minha gratidão ao Espírito Santo pelo grande dom do Concílio Vaticano Segundo, ao qual, em companhia de toda Igreja, e de todo episcopado, me sinto devedor." (2000)

"Não deixo posses de que seja preciso dispor. Quanto às coisas de uso cotidiano que me serviam, peço que sejam distribuídas da maneira que pareça mais oportuna. Que as minhas anotações pessoais sejam queimadas." (1979)


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