São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Batalha de Moscou é símbolo da resistência

DO ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

Embora não seja tão conhecida no Ocidente quanto o cerco de Stalingrado, a batalha de Moscou, travada sobretudo em 1941, é vista pelos russos como um dos pontos mais importantes da Segunda Guerra Mundial, já que as tropas nazistas chegaram a só "algumas dezenas de quilômetros" da capital da então URSS.
O outono e o inverno setentrionais de 1941 testemunharam a construção de fortes mecanismos de defesa nos arredores e dentro de Moscou. Ruas foram bloqueadas com cercas e barricadas, metralhadoras foram colocadas em imóveis estratégicos, e várias fábricas foram esvaziadas, enquanto outras foram transferidas para locais menos visados.
No início de outubro de 1941, tanques alemães conseguiram ultrapassar a linha Rzhev-Vyazma e chegaram a cerca de 85 km da capital. Aeronaves alemãs dominavam o espaço aéreo a oeste de Moscou, e as tropas soviéticas foram obrigadas a recuar. Até meados de outubro de 1941, por volta de 2 milhões de moscovitas já tinham deixado a cidade.
Mesmo assim, uma contra-ofensiva soviética, ao lado das péssimas condições climáticas -que transformaram as estradas em lodaçais-, conseguiu retardar o avanço nazista.
Numa tentativa de chegar a Moscou antes da pior parte do inverno, os alemães lançaram uma outra ofensiva, em 16 de novembro, na estrada entre Kalinin e Volokolamsk e, poucos dias depois, tomaram a cidade de Istra, 40 km a oeste da capital. Apesar de graves perdas em dois dias de combates, voluntários moscovitas contiveram os nazistas a uma distância segura da capital.
Finalmente, em 5 de dezembro de 1941, as tropas soviéticas (majoritariamente russas nos arredores de Moscou), o terrível inverno e a falta de combustível compeliram os alemães a parar sua ofensiva. No dia seguinte, o marechal Georgy Zhukov liderou uma contra-ofensiva, e, até meados do mesmo mês, as cidades de Kalinin, Klin, Istra e Yelets, situadas perto da capital, foram retomadas pelos soviéticos após intensos e sangrentos combates.
Aeronaves alemãs bombardearam a capital soviética 141 vezes durante a guerra. Mais de 8.000 delas foram usadas nas ofensivas, entretanto apenas 229 conseguiram atingir o espaço aéreo moscovita. Nos dias mais movimentados da batalha de Moscou, o sistema de defesa antiaérea soviético conseguiu abater até 40 aviões alemães. No total, 1.300 deles foram destruídos durante os combates dessa batalha.
Os alemães utilizaram bombas de demolição de até mil quilos e bombas incendiárias contra a capital soviética. No total, por volta de 1.600 bombas de demolição e de 100 mil incendiárias foram lançadas sobre a cidade entre os últimos meses de 1941 e meados de 1942. Pelo menos 650 mil civis soviéticos fizeram parte das unidades de defesa.
Houve por volta de 45 mil incêndios em Moscou durante a guerra, a maioria controlada por brigadas civis. Para os menos preparados para a dureza dos combates, cerca de 2.000 abrigos foram edificados, e as estações subterrâneas do metrô da cidade se tornaram locais de apoio aos feridos. (MSM)

Texto Anterior: Clima de festa marca véspera do 9 de Maio
Próximo Texto: Feridas da 2ª Guerra continuam abertas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.