|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE POLÍTICA
Presidente João Bernardo Vieira, no poder desde 1980, é deposto e está refugiado na embaixada de Portugal
Golpe de Estado mata 100 na Guiné-Bissau
das agências internacionais
O presidente da Guiné-Bissau
(ex-colônia de Portugal no oeste
da África), João Bernardo Vieira,
no poder havia 19 anos, foi deposto
ontem por militares rebeldes sob o
comando do líder Ansumane Mané, informou a agência portuguesa
de notícias "Lusa". Vieira refugiou-se na embaixada de Portugal
e até ontem aguardava asilo político do governo português.
No embate entre os rebeldes e as
tropas leais a Vieira teriam morrido cerca de cem pessoas, segundo
a "Lusa". Entre elas, cerca de 50
morreram quando uma bomba explodiu dentro de uma a igreja.
Dezenas de corpos estariam empilhados no hospital Simão Mendes, na capital do país, Bissau.
As forças rebeldes atacaram a
guarda presidencial, composta por
600 homens. A maior parte do
Exército, de cerca de 6.000 homens, havia se unido aos rebeldes,
com apoio de boa parte da população de 1,1 milhão de habitantes.
O golpe começou na noite de
quinta-feira, no centro de Bissau.
O presidente fugiu para o Centro
Cultural Francês na capital, mas o
prédio foi cercado pelos rebeldes e
por uma multidão, disse um porta-voz do Ministério da Defesa de
Portugal.
"Para impedir derramamento
adicional de sangue, o embaixador
português foi de carro até o Centro
Cultural e resgatou o presidente e
sua mulher, que se encontram a
salvo em nossa embaixada", afirmou o porta-voz do Ministério da
Defesa português.
Segundo a ONU, o secretário-geral Kofi Annan ficou "profundamente desanimado com a situação
na Guiné-Bissau".
O presidente deposto, João Bernardo Vieira, lutou contra Portugal pela independência da Guiné-Bissau em 1974 e tomou o poder
em 1980, num golpe de Estado, depois legitimado pela primeira eleição multipartidária do país.
Texto Anterior: Brasil evita criticar o Paraguai Próximo Texto: Reino Unido: Separatismo perde eleição na Escócia Índice
|