São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Europa dá R$ 350 mi para indenizar agricultores

Produtores foram afetados por surto de bactéria que já deixou 22 mortos

Valor é considerado insuficiente por eles, no entanto; alemães são alvo de crítica por terem errado fonte do surto

CAROLINA VILA-NOVA
EM BERLIM

A Comissão Europeia ofereceu ontem um pacote de 150 milhões (R$ 350 milhões) como compensação aos produtores rurais pelos danos provocados pelo surto de Escherichia coli (E.coli).
Mas a Espanha, um dos principais afetados, considerou o valor insuficiente.
Antes da reunião, o comissário europeu da Saúde, John Dalli, criticou a Alemanha pelo seu manejo da crise, instando o país a parar de divulgar "conclusões prematuras" sobre possíveis fontes do surto, que já deixou 22 mortos.
As conversas sobre indenizações surgiram depois que a Alemanha apontou como origem do surto pepinos importados da Espanha -acusação desmentida mais tarde por exames de laboratório.
No último fim de semana, autoridades alemãs anunciaram ter identificado outra fonte: brotos de feijão e de outros legumes plantados numa fazenda orgânica nas proximidades de Hamburgo (norte). Novamente, foram desmentidas pelos testes.

HONRA DO PEPINO
"É crucial que autoridades nacionais não corram para dar informações sobre a fonte de infecção que não sejam provadas por análises, pois isso espalha um medo desproporcional na população e cria problemas para que nossos produtores vendam seus produtos dentro e fora da UE", afirmou Dalli.
"É preciso recuperar a honra do pepino", disse o representante espanhol Francisco Sosa-Wagner, segurando um exemplar do legume.
Representantes do setor agrícola calculam em 400 milhões as perdas.
A Espanha sofreu não apenas por causa da acusação contra o pepino, mas porque fornece a maior parte dos vegetais consumidos na Europa e pressionava para que a Alemanha fosse responsável pelas compensações.
O comissário da Agricultura, Dacian Ciolos, descartou essa hipótese e disse que o dinheiro virá do orçamento do bloco. A soma calculada equivale a 30% do valor médio de mercado pela produção não vendida.
"Não, a Espanha não considera 150 milhões suficientes", disse a ministra da Agricultura da Espanha, Rosa Aguilar, apoiada pelo colega francês Bruno Le Maire.
Ciolos disse que a proposta seria reformulada, mas que 100% de compensação, como quer a Espanha é irrealista. Já Dalli disse que medidas no âmbito da União Europeia não seriam nem necessárias.


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