São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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Afeganistão enterra vice-presidente

Associated Press
Milhares de afegãos diante da mesquita de Eid Gah (Cabul), que teve serviço pela morte de Qadir


DA REDAÇÃO

Haji Abdul Qadir, um dos três vice-presidentes do Afeganistão, assassinado no sábado em Cabul, foi enterrado ontem na cidade de Jalalabad, numa cerimônia que reuniu milhares de afegãos. A segurança em todo o país foi reforçada. Enquanto a população sepultava o líder, as autoridades locais continuavam sem saber os responsáveis pelo atentado que ameaça comprometer a frágil estabilidade do governo do presidente Hamid Karzai.
Depois de lamentar a perda de "um integrante destacado do governo e de um pashtu (etnia majoritária)", Karzai disse que, se os investigadores afegãos não conseguirem desvendar o assassinato de Qadir "por falta de preparo técnico ou de equipamentos", irá solicitar a ajuda de estrangeiros.
Qadir, um dos três vice-presidentes nomeados no mês passado por Karzai, era o político de etnia pashtu de maior prestígio na nova administração de transição, depois do próprio Karzai. Seu corpo foi enterrado ao lado do de seu irmão Abdul Haq, morto pelo Taleban em outubro passado.
Em uma reunião de urgência logo após o atentado, Karzai convocou seu gabinete e formou uma comissão de cinco membros, encabeçada pelo vice-presidente Karim Jalili, para investigar o assassinato cometido por dois homens que estão foragidos.
Qadir, que também era ministro de Obras Públicas, morreu baleado dentro de um carro de seu ministério, ao lado de seu motorista e e de seu genro e à vista de dez funcionários da segurança que vigiavam o local e agora estão detidos por negligência.
O presidente da Suprema Corte afegã, Fazle Hadi Shinwari, pediu calma à população. "É um teste para o povo afegão", disse Shinwari. Até agora ninguém reivindicou o atentado.
O coronel turco Samet Oz, porta-voz da Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf), que mantém na capital, Cabul, e em seus arredores cerca de 5.000 soldados de 19 países, disse que "não é atribuição da Isaf a escolta de indivíduos". O atentado "foi um ataque isolado, com o propósito de desestabilizar o governo de transição", avaliou Oz.


Com agências internacionais.

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