São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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FARSANTE

Benjamin Vanderford se dizia refém de seqüestradores no Iraque

Americano simula decapitação

DA REDAÇÃO

Por cerca de quatro horas, as agências de notícias divulgaram ontem que um grupo ligado à rede terrorista Al Qaeda no Iraque havia decapitado um americano que se dizia refém de seqüestradores no Iraque e pedia a saída dos EUA do país. A farsa foi anunciada pela Associated Press e exibida nas principais emissoras de TV dos EUA.
A imagem do vídeo com a "degola" do estudante Benjamin Vanderford, 22, de San Francisco, havia sido encontrada num site da internet usado por militantes islâmicos.
No vídeo de 55 segundos, Vanderford estava sentado numa cadeira num quarto escuro com as mãos para trás, e o corpo indo para frente e para trás.
"Precisamos deixar esse país [Iraque] imediatamente. Caso contrário, todos serão mortos dessa maneira", dizia.
O vídeo exibe ainda, em close, uma faca grande cortando um pescoço e, na seqüência, o corpo caído da "vítima".
O cenário para a simulação foi a garagem da casa de um amigo, a leitura do Corão era de uma fita gravada, e a faca estava sendo segurada por um amigo.
Vanderford começou a distribuir o vídeo na internet há três meses. "Era parte de um golpe publicitário, mas ninguém havia se dado conta até agora."
Ele queria chamar a atenção para sua campanha para o cargo de conselheiro da cidade e mostrar como esse tipo de vídeo pode ser "facilmente adulterado". O maior motivo, segundo disse à Reuters, era ver a reação da mídia e se poderia enganá-la.
A polícia local e agentes do FBI bateram à sua porta na manhã de ontem, mas não souberam informar se o jovem seria acusado de cometer um crime.
Nos últimos quatro meses aumentou o número de reféns no Iraque. A maioria foi libertada, mas pelo menos dez foram mortos pelos seqüestradores, e 20 pessoas ainda estão sido mantidas em cativeiro no país.
Ainda ontem, uma empresa turca anunciou sua retirada do Iraque, após a TV turca transmitir um vídeo em que um motorista de caminhão era seqüestrado no Iraque. Ele exortava seus colegas caminhoneiros a não trabalharem no Iraque.


Com agências internacionais


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