São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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Polarização partidária aumenta importância de Estados-pêndulo

DA REDAÇÃO

A importância dos Estados-pêndulo é ainda maior neste ano porque está havendo uma radicalização das posições. Os Estados de maioria democrata estão ficando ainda mais democratas, e o mesmo vale para os republicanos.
Kathleen Jamieson, da Universidade da Pensilvânia, nota que há um padrão na divisão da população em conservadores e progressistas. "O sul se tornou quase um sólido bloco republicano. Estados que têm grandes áreas rurais tendem a ser republicanos. Áreas urbanas tendem a ser democratas."
Para Thomas Schaller, professor de ciências políticas da Universidade de Maryland, a polarização aumenta por conta de "tendências político-geográficas": "As pessoas tendem a se mudar para comunidades que pensam de maneira semelhante. Além disso, sem nenhuma competição oferecida pelo partido que desistiu do Estado, o outro partido tem mais chances de aumentar sua base, criando uma maior polarização do que deveria haver de fato".
Já Curtis Gans, do Comitê para o Estudo do Eleitorado Americano, atribui a divisão a George W. Bush. "Esse presidente talvez seja o que mais tenha dividido a nação desde Lyndon Johnson [1963-69] e a Guerra do Vietnã."
David Moore, analista sênior do Gallup, destaca um dado que reforça a tese de Gans: neste ano há um número bem menor de eleitores indecisos. "Entre democratas, somente 12% aprovam Bush como presidente. Entre republicanos, é perto de 90%. Essa é uma imensa diferença. Se olharmos os índices de Jimmy Carter [1977-81], ao invés de haver uma diferença de 70 ou 80 pontos percentuais entre os partidos, talvez encontremos apenas 40 ou 50", acrescenta Moore.


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