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CRISE NO CÁUCASO
Governo ordena ofensiva contra grupo islâmico que ocupou duas cidades na região no sul do país
Rússia ataca rebeldes no Daguestão
das agências internacionais
Forças russas atacaram ontem
um grupo rebelde que ocupou
dois vilarejos no Daguestão (sul
do país), segundo um porta-voz
do Ministério do Interior russo.
O premiê Serguei Stepashin ordenou que forças militares "normalizem" a situação no Daguestão. O ataque teria sido realizado
por helicópteros.
O Daguestão, localizado na região do Cáucaso, é uma pequena
República de maioria islâmica
que faz parte da Federação Russa.
Autoridades do Daguestão informaram que entre 200 e 500
membros de um grupo extremista islâmico teriam invadido ontem os vilarejos de Rakhat e Ansalta, vindos da vizinha Tchetchênia, República autônoma também pertencente à Rússia.
"Segundo informações que temos do local, helicópteros lançaram mísseis contra posições dos
rebeldes fora do vilarejo de Rakhat, para não atingir civis", disse
à agência de notícias "Reuters"
um funcionário do governo russo
no Daguestão.
A TV estatal russa informou
ainda que os helicópteros tiveram
apoio de artilharia por terra.
Forças dos ministérios do Interior e da Defesa foram enviadas
para o sul do Daguestão, área
montanhosa e de difícil acesso.
"Bandidos são bandidos. Precisamos enfrentá-los de modo
apropriado. Nós temos a força e
os meios", disse o premiê Stepashin, segundo a agência de notícias
russa "Interfax".
O grupo rebelde, de acordo com
agências de notícias russas, teria
como objetivo ocupar uma parte
do Daguestão para transformá-la
num Estado islâmico.
Apesar de ter ordenado o envio
de tropas, Stepashin foi cauteloso
e procurou distanciar o incidente
da revolta na Tchetchênia, que levou a Rússia a uma guerra que
durou de 1994 a 96.
"A Rússia não vai repetir os seus
erros no norte do Cáucaso. Soldados russos não vão morrer lá",
disse Stepashin, que teve atuação
importante na guerra contra os
tchetchenos, pois chefiava o serviço de inteligência interno russo,
muito criticado à época. Milhares
de soldados e civis russos morreram naquele conflito.
A Tchetchênia nega que os rebeldes tenham se infiltrado no
Daguestão a partir de seu território e alertou Moscou contra a
concentração de tropas na região.
O Cáucaso tem cerca de 12 milhões de habitantes, nove grandes
grupos étnicos e 70 etnias menores. Há regiões que pertencem à
Rússia, como o Daguestão e a Ingushétia, e países independentes,
como Geórgia e Azerbaijão.
Caracterizado por rivalidades
étnicas e religiosas, o norte do
Cáucaso tem sido uma constante
fonte de problemas para o governo central em Moscou.
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