São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2001

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França diz que ajudará na ação militar

ALCINO LEITE NETO
DE PARIS

Forças francesas deverão participar das operações militares iniciadas ontem pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra o Afeganistão, disse o presidente francês, Jacques Chirac.
Os países da União Européia apoiaram em bloco o ataque e prometeram apoio aos EUA.
A França já havia liberado seu espaço aéreo para aeronaves militares dos EUA, e Chirac afirmou que navios franceses estão fornecendo apoio logístico às tropas americanas no oceano Índico.
Em pronunciamento na TV, Chirac afirmou que o objetivo das operações é punir os culpados pelos atentados nos EUA. "Nossas forças irão participar dessa ação", disse.
Chirac afirmou ainda que, nos últimos dias, os EUA haviam intensificado seus pedidos para que a França participasse ativamente da ação contra o Taleban.
Na Alemanha, medidas de segurança máxima foram deflagradas logo após o chanceler (premiê) Gerhard Schröder ter sido informado, também pelo próprio Bush, da primeira investida militar contra o Taleban.
Em um pronunciamento feito à noite, o social-democrata Schröder voltou a declarar "total solidariedade" aos EUA, apoiando os ataques. Afirmou que soldados alemães não participaram das operações de ontem mas reiterou que, se requisitada, a Alemanha daria apoio militar aos EUA.
Como a França, a Alemanha já havia liberado aeroportos e seu espaço aéreo para forças americanas. Pilotos alemães participarão em manobras em aviões de reconhecimento do tipo Awac, para proteger o espaço aéreo dos EUA. "Precisamos vencer esta luta e vamos vencer, não há outra alternativa", disse Schröder.
Afirmando que se trata de uma luta contra o terrorismo internacional e não contra o povo afegão, o chanceler acrescentou que a Alemanha continuará participando das ações humanitárias no Afeganistão, assim como dos "esforços políticos" que estão sendo feitos no sentido de diminuir os conflitos no Oriente Médio.
A União Européia (UE) também manifestou seu apoio à ofensiva contra o Afeganistão. "Quero reafirmar nossa inteira solidariedade com os EUA e o Reino Unido e com outros países comprometidos com essas operações no Afeganistão", disse o premiê belga, Guy Verhofstadt, cujo país ocupa presidência rotativa da UE.
Já Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, disse que seu país "está do lado dos Estados Unidos e de todos aqueles que estão comprometidos com a luta contra o terrorismo". Ele foi informado sobre o início da ofensiva por Dick Cheney, vice-presidente dos EUA. As forças de segurança italianas estão em estado de alerta, mas a Itália não foi solicitada a participar nas ações iniciais da ofensiva militar.


Colaborou Silvia Bittencourt, de Berlim



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