ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

"Quando soube o que estava acontecendo, minha primeira reação foi de pânico. Mas o que posso fazer? Já tinha tanta certeza de que esse ataque ia acontecer e que meu filho infelizmente estaria no meio desse horror que, de certa forma, já estava preparada."
A afirmação acima reflete a preocupação de Ana Cristina Fortes Biase, mãe de Filipe Fortes, 22, um brasileiro que está a bordo de um navio de fuzileiros navais americanos perto da região de conflito. Ele participa da campanha de represália aos ataques terroristas aos EUA.
Filipe está no "USS Carter Hall", que transporta militares. A função dele é fornecer assistência médica aos fuzileiros.
Ana Cristina mora em Borda da Mata, cidade de 14 mil habitantes em Minas Gerais. A TV de sua casa estava ligada na CNN (canal americano), para acompanhar as notícias dos ataques. Segundo ela, o filho deve estar, no momento, na Arábia Saudita.
Usando camiseta com a bandeira dos EUA, Ana Cristina disse que sentiu, ontem de manhã, que "algo ia acontecer". Em um evento da escola em que trabalha como professora, notou que 12 pessoas usavam a mesma camiseta que ela.
Aos 12 anos, Filipe foi morar nos EUA. Após os pais se separarem, a mãe voltou para o Brasil. Filipe e Gabriel, seu irmão, continuaram lá com o pai, Luciano Pereira Fortes. Gabriel também voltou há mais de um ano.



Texto Anterior: "É muito difícil evitar mortes", diz Quintão
Próximo Texto: Aumenta tensão entre árabes na tríplice fronteira
Índice