São Paulo, domingo, 8 de novembro de 1998

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"Governo apóia gays', diz ativista

de Londres

O governo trabalhista britânico é considerado, por grupos de defesa da comunidade homossexual, como um dos que mais avançaram em relação ao homossexualismo.
Tem, pelo menos, seis deputados e um ministro -Chris Smith, para a Cultura e o Esporte- assumidamente homossexuais.
O governo já tem pronto um projeto de lei que prevê a redução da idade mínima para manter relações homossexuais legais de 18 para 16 anos.
"A sociedade está se tornando mais aberta. Esse governo apóia muito mais a comunidade gay, mas ainda há um longo caminho pela frente", diz Mark Watson, 32, do Stonewall, um grupo de defesa dos direitos de homossexuais.
Para ele, a especulação da mídia sobre os motivos que levaram Ron Davies a renunciar ao cargo de secretário de Estado para o País de Gales mostra claros indícios de preconceito da sociedade.
David Ellison, 63, de uma outra organização voltada para homossexuais, o OutRage, discorda. Acha que Davies deu margem para as especulações ao não se explicar, o que não justifica a abordagem dada pelos tablóides que, diz, "sempre passam dos limites".
Quanto a Mandelson, Ellison diz que sua homossexualidade nunca foi segredo no círculo político. "Ele só não faz disso algo público, o que é compreensível", diz.
A censura da BBC nesse caso, para ele, é lamentável. "As pessoas não se importam. Os deputados que se assumiram gays não tiveram nenhum problema em suas carreiras", diz Watson.
Lorde Tebbit, o político conservador que veio a público sugerir que os homossexuais sejam banidos de cargos governamentais importantes, "é uma voz do passado", dizem os ativistas gays. "Ele está falando bobagem", afirma Ellison.



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