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"Osama foi visto
ontem", alega
comandante
RICHARD LLOYD PARRY
DO "THE INDEPENDENT", EM TORA BORA
O comandante Kalan Mir
tem uma longa barba tingida
de laranja e um jeito alegre e,
quando falou pela primeira
vez, ninguém acreditou nele.
"Que cor era o cavalo?", alguém perguntou. "Quantos
homens havia?"
O comandante foi inflexível.
"Osama foi visto ontem por
nossos soldados, com seus
guardas, em um cavalo", disse.
"Ele estava cavalgando de volta
a Melawa depois de visitar seus
homens na linha de frente."
O cavalo era castanho, afirmou. Os guarda-costas eram
quatro. "Foi perto daquela cordilheira ali", no vale de Melawa,
onde os soldados da Al Qaeda
ainda se escondem, a três quilômetros de onde estávamos.
Não sei se Osama bin Laden
está nas Montanhas Brancas,
mas todos parecem estar convencidos disso. Mir acredita
que sim, assim como o comandante Haji Zaman. Os americanos também crêem nisso, a julgar pelo quase constante zumbido de B-52s e caças e as estrondosas bombas que caem
na área de Tora Bora.
Estávamos no local onde a estrada vinda de Jalalabad se torna íngreme. De repente, um
comboio de picapes parou. Zaman viera visitar o front, e seus
homens iriam com ele. Subi
com alguns deles na caçamba
de uma picape.
Após dez minutos, estávamos numa colina. O jovem
Murad Shah disse que afegãs,
mulheres dos árabes da Al Qaeda, haviam sido vistas no front,
lutando com seus maridos. Depois, ouvi a história dos 11 mujahidin capturados no dia anterior pelos árabes e libertados
após um breve sermão.
Não mais que 500 metros
adiante, a batalha de Tora Bora
acontecia. Na verdade, batalha
é uma palavra muito sofisticada para esse tipo de combate,
que tem mais em comum com
uma brincadeira explosiva de
esconde-esconde do que com
um confronto entre Exércitos.
Mas, mais interessante era a
comunicação por rádio entre
Candahar e combatentes da Al
Qaeda, interceptada pelos mujahidin. "Como está o xeque?",
perguntou alguém. "O xeque
está bem", foi a resposta.
"Eles são da Al Qaeda", disse
um mujahidin. "E só há um homem a quem eles se referem
como "o xeque': Osama."
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