São Paulo, sábado, 09 de janeiro de 2010

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Chefe antiterrorismo da UE defende scanners

DA REDAÇÃO

O chefe antiterrorismo da União Europeia (UE), Gilles de Kerchove, defendeu ontem o uso de scanners corporais nos aeroportos de todos os 27 países-membros para supostamente melhorar a segurança.
A posição de Kerchove contraria a do Parlamento Europeu e de boa parte da população do bloco, que temem os eventuais impactos dos scanners sobre a saúde e a privacidade dos passageiros, além do alto custo para os cofres públicos.
Concebidas para detectar armas e explosivos escondidos, as máquinas de escaneamento completo são uma espécie de raio-X com ondas que revelam o que os viajantes usam sob as roupas, exibindo com clareza até contornos dos corpos nus.
"Sou a favor do escaneamento completo do corpo", disse à agência de notícias Reuters o coordenador da luta contra o terrorismo da UE, nomeado em 2007 pelo então alto representante da política externa do bloco, Javier Solana.
"Há uma necessidade de a UE harmonizar a implantação de revistas de corpo inteiro, porque, pelo menos, dois ou quatro Estados-membros vão começar a implantá-los", afirmou Kerchove. Ele se referia ao Reino Unido, à Holanda e à Itália, primeiros países europeus a anunciar planos de instalar em breve o controverso equipamento em seus aeroportos.
A França anunciou ontem que também instalará scanners nas próximas semanas -primeiro nos aeroportos de Paris e para passageiros de voos com destino aos EUA.
Atualmente a cargo dos governos nacionais, a adoção de scanners só se tornará obrigatória para os países da UE se for aprovada pelo Legislativo do bloco, que engavetou em 2008, com apoio popular, uma primeira discussão sobre o tema.
Kerchove alegou que a privacidade das pessoas não será violada, já que as imagens obtidas pelos scanners serão, segundo fabricantes, destruídas.
Em outra entrevista, publicada ontem pelo jornal francês "Le Monde", Kerchove afirmou que sua posição é respaldada pela Comissão Europeia, braço executivo da UE.

Discriminação
Numa posição que gera temores de mais discriminação, o czar antiterror do bloco europeu deixou aberta a possibilidade de a UE estabelecer, como o governo americano, uma lista de países cujos passageiros serão automaticamente considerados de risco e alvos de controles mais rigorosos.
"Todos entendem que os fluxos são mais controlados pelo perfil de alguns países. (...) Diante do [alto] custo dos scanners e das dificuldades de gestão de um aeroporto, é preciso desenvolver uma abordagem baseada no estudo do risco", afirmou Kerchove.


Com agências internacionais


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