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Chefe antiterrorismo da UE defende scanners
DA REDAÇÃO
O chefe antiterrorismo da
União Europeia (UE), Gilles de
Kerchove, defendeu ontem o
uso de scanners corporais nos
aeroportos de todos os 27 países-membros para supostamente melhorar a segurança.
A posição de Kerchove contraria a do Parlamento Europeu e de boa parte da população
do bloco, que temem os eventuais impactos dos scanners sobre a saúde e a privacidade dos
passageiros, além do alto custo
para os cofres públicos.
Concebidas para detectar armas e explosivos escondidos, as
máquinas de escaneamento
completo são uma espécie de
raio-X com ondas que revelam
o que os viajantes usam sob as
roupas, exibindo com clareza
até contornos dos corpos nus.
"Sou a favor do escaneamento completo do corpo", disse à
agência de notícias Reuters o
coordenador da luta contra o
terrorismo da UE, nomeado em
2007 pelo então alto representante da política externa do
bloco, Javier Solana.
"Há uma necessidade de a
UE harmonizar a implantação
de revistas de corpo inteiro,
porque, pelo menos, dois ou
quatro Estados-membros vão
começar a implantá-los", afirmou Kerchove. Ele se referia ao
Reino Unido, à Holanda e à Itália, primeiros países europeus a
anunciar planos de instalar em
breve o controverso equipamento em seus aeroportos.
A França anunciou ontem
que também instalará scanners
nas próximas semanas -primeiro nos aeroportos de Paris e
para passageiros de voos com
destino aos EUA.
Atualmente a cargo dos governos nacionais, a adoção de
scanners só se tornará obrigatória para os países da UE se for
aprovada pelo Legislativo do
bloco, que engavetou em 2008,
com apoio popular, uma primeira discussão sobre o tema.
Kerchove alegou que a privacidade das pessoas não será
violada, já que as imagens obtidas pelos scanners serão, segundo fabricantes, destruídas.
Em outra entrevista, publicada ontem pelo jornal francês
"Le Monde", Kerchove afirmou
que sua posição é respaldada
pela Comissão Europeia, braço
executivo da UE.
Discriminação
Numa posição que gera temores de mais discriminação, o
czar antiterror do bloco europeu deixou aberta a possibilidade de a UE estabelecer, como
o governo americano, uma lista
de países cujos passageiros serão automaticamente considerados de risco e alvos de controles mais rigorosos.
"Todos entendem que os fluxos são mais controlados pelo
perfil de alguns países. (...)
Diante do [alto] custo dos scanners e das dificuldades de gestão de um aeroporto, é preciso
desenvolver uma abordagem
baseada no estudo do risco",
afirmou Kerchove.
Com agências internacionais
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