São Paulo, Terça-feira, 09 de Fevereiro de 1999
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O FUNERAL ISLÃMICO
Rainha Noor não participa de enterro

Associated Press
No palácio, a rainha Noor (dir), observa a saída do caixão do rei Hussein


Viúva fica no palácio, com outras mulheres

da Reportagem Local

De acordo com a tradição muçulmana, a rainha Noor -nascida nos EUA, mas convertida ao islamismo- não participou do enterro do marido, o rei Hussein, e permaneceu no palácio, acompanhada de outras mulheres.
"O profeta Maomé recomenda às mulheres não irem ao cemitério na hora do enterro. Elas devem visitar o túmulo depois", disse à Folha o xeque Rabi Ahmad el Abadi, da mesquita Brasil, situado em São Paulo.
Segundo o secretário-geral do Centro Islâmico de Campinas, Mohamed Habib, mesmo antes do funeral, enquanto os preparativos estão sendo feitos, as mulheres costumam ficar num ambiente separado do dos homens, onde podem expressar sua dor de forma mais aparente.
"Diante da morte, o homem tem a obrigação de manter a calma e a tranquilidade. Já as mulheres expressam sua tristeza de forma mais visível", disse Habib.
De acordo com o professor, a morte é também um momento de sofrimento, mas, segundo o islamismo, a dor não deve ser mostrada de forma intensa.
"As mulheres são mais sensíveis e emotivas. Por isso, não costumam ir ao cemitério na hora do enterro. Passado o impacto, elas vão visitar", disse.
Quando um muçulmano morre, ele deve ser enterrado o mais rápido possível, em geral num período entre 24 e 36 horas.
O primeiro passo é lavar o corpo diversas vezes, de preferência com água morna e limpa.
Depois, o corpo é perfumado e enrolado em três camadas de tecido de algodão novo e limpo.
São feitas orações. Na hora do enterro, o corpo é retirado do caixão e colocado na cova, com o rosto virado para Meca, cidade sagrada do islamismo.


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