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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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Erros dos iraquianos ajudam EUA em combates dentro de cidades

KIERAN MURRAY
DA "REUTERS", EM KARBALA

Desde a humilhação imposta a eles por milicianos somalis em Mogadício, uma década atrás, quando um soldado americano morto foi arrastado pelas ruas, os comandantes militares americanos agem com extrema cautela quando se trata de guerra urbana.
Mas hoje, em Bagdá, as tropas americanas dizem que as lições aprendidas no caminho até a capital iraquiana as prepararam para a luta. Numa série de batalhas urbanas em cidades menores como Najaf, Nassiriah e Karbala, as forças americanas enfrentaram táticas de guerrilha, resistência determinada e fogo intenso, mas conseguiram dominar seus alvos e sofrer muito poucas baixas.
O segredo, dizem os oficiais superiores, consiste em atacar as posições iraquianas com grande rapidez e vindos de todos os ângulos ao mesmo tempo, combinando artilharia com poderio aéreo, unidades de tanques com infantaria. "Eles não conseguem reagir à nossa rapidez", disse o major Brian Pearl, da 101ª Divisão Aerotransportada, que, nos últimos dias, enfrentou os fedayin de Saddam em de Karbala e Najaf.
Quando a divisão entrou em Karbala no fim de semana, deu de cara com fogo intenso. Mas a resposta coordenada dos americanos foi impressionante. Helicópteros de reconhecimento sobrevoaram os telhados da cidade em baixa altitude, localizando posições dos franco-atiradores e instalações militares e atacando-nas.
Tanques assumiram o controle das ruas e dos cruzamentos, protegendo os homens da infantaria quando eles convergiam sobre áreas marcadas como alvos, arrombando portas para tomar edifícios estratégicos. Os iraquianos combateram com afinco, mas, toda vez que conseguiam surpreender as tropas invasoras, suas posições eram rapidamente destruídas. E, quando conseguiam retroceder para posições já preparadas com antecedência, eram obrigados a abandonar enormes depósitos de armas em sua retirada.
Outra coisa que os soldados vêm constatando no Iraque é que parte do problema dos paramilitares é que eles não sabem atirar bem. Em lugar de escolher bem seu alvo e fazer disparos isolados, eles com frequência disparam de longe e dão muitos tiros de AK-47 mal direcionados. "Se um dos meus homens tivesse estado lá em cima com um fuzil M-4, ele teria causado danos sérios a meu pelotão", disse o tenente Jason Davis, cuja unidade se envolveu em tiroteios intensos em Karbala mas não sofreu nenhuma baixa.


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