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Erros dos iraquianos ajudam EUA
em combates dentro de cidades
KIERAN MURRAY
DA "REUTERS", EM KARBALA
Desde a humilhação imposta a
eles por milicianos somalis em
Mogadício, uma década atrás,
quando um soldado americano
morto foi arrastado pelas ruas, os
comandantes militares americanos agem com extrema cautela
quando se trata de guerra urbana.
Mas hoje, em Bagdá, as tropas
americanas dizem que as lições
aprendidas no caminho até a capital iraquiana as prepararam para a luta. Numa série de batalhas
urbanas em cidades menores como Najaf, Nassiriah e Karbala, as
forças americanas enfrentaram
táticas de guerrilha, resistência
determinada e fogo intenso, mas
conseguiram dominar seus alvos
e sofrer muito poucas baixas.
O segredo, dizem os oficiais superiores, consiste em atacar as posições iraquianas com grande rapidez e vindos de todos os ângulos ao mesmo tempo, combinando artilharia com poderio aéreo,
unidades de tanques com infantaria. "Eles não conseguem reagir à
nossa rapidez", disse o major
Brian Pearl, da 101ª Divisão Aerotransportada, que, nos últimos
dias, enfrentou os fedayin de Saddam em de Karbala e Najaf.
Quando a divisão entrou em
Karbala no fim de semana, deu de
cara com fogo intenso. Mas a resposta coordenada dos americanos foi impressionante. Helicópteros de reconhecimento sobrevoaram os telhados da cidade em baixa altitude, localizando posições dos franco-atiradores e instalações militares e atacando-nas.
Tanques assumiram o controle
das ruas e dos cruzamentos, protegendo os homens da infantaria
quando eles convergiam sobre
áreas marcadas como alvos, arrombando portas para tomar edifícios estratégicos. Os iraquianos
combateram com afinco, mas, toda vez que conseguiam surpreender as tropas invasoras, suas posições eram rapidamente destruídas. E, quando conseguiam retroceder para posições já preparadas
com antecedência, eram obrigados a abandonar enormes depósitos de armas em sua retirada.
Outra coisa que os soldados
vêm constatando no Iraque é que
parte do problema dos paramilitares é que eles não sabem atirar
bem. Em lugar de escolher bem
seu alvo e fazer disparos isolados,
eles com frequência disparam de
longe e dão muitos tiros de AK-47
mal direcionados. "Se um dos
meus homens tivesse estado lá em
cima com um fuzil M-4, ele teria
causado danos sérios a meu pelotão", disse o tenente Jason Davis,
cuja unidade se envolveu em tiroteios intensos em Karbala mas
não sofreu nenhuma baixa.
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