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EUA e Rússia formalizam acordo de troca de espiões
Dez agentes de Moscou se dizem culpados e são condenados à deportação
Em troca, presidente da Rússia perdoa e solta 4 presos por espionagem; desfecho do caso atende aos interesses bilaterais
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
EUA e Rússia oficializaram
ontem um acordo de troca de
presos envolvendo os dez supostos espiões detidos em solo americano. Eles seriam enviados a Moscou em troca de
quatro russos que cumprem
pena por atuar para os EUA.
Como parte do acordo, os
agentes russos presos no final de junho se disseram culpados da acusação de atuar
nos EUA sem se registrar e tiveram as deportações à Rússia decretadas em julgamento numa corte de Nova York.
Horas mais tarde, o presidente russo, Dmitri Medvedev, assinou perdão a quatro
presos condenados por espionagem para os EUA -que
também se disseram culpados-, e o Kremlin emitiu nota confirmando o acordo.
A expectativa era a de que
o intercâmbio dos 14 presos
fosse realizado ainda ontem,
no maior acordo de troca de
agentes entre EUA e Rússia
desde o final da Guerra Fria.
O rápido desfecho do episódio vai ao encontro dos interesses dos dois ex-rivais,
que agiram para evitar que o
escândalo afetasse as suas
relações bilaterais, que passam por um bom momento.
Segundo o Kremlin, o pacto foi firmado no contexto da
"melhora das relações e para
prover a elas nova dinâmica". Já os EUA alegaram "razões de segurança nacional".
O ESQUEMA
No dia 28 de junho, o Departamento da Justiça revelou a detenção dos dez agentes russos e apresentou denúncia de participação em
esquema de espionagem da
agência de inteligência SVR,
sucessora da soviética KGB.
Segundo a Promotoria, as
dez pessoas detidas na véspera viviam havia anos como
casais americanos e tinham
como objetivo se acercar de
círculos de tomada de decisão, recrutar fontes e enviar
informações para Moscou.
A revelação do caso provocou forte reação da Rússia,
que qualificou as acusações
de "infundadas e descabidas". Um dia depois, no entanto, baixou o tom e disse
que o escândalo não deveria
afetar as relações bilaterais.
Na mesma linha, os EUA
evitaram disparar contra o
governo russo e afirmaram
querer "superar" o episódio.
Entre os presos perdoados
ontem está o analista militar
Igor Sutyagin, cujo nome já
circulava como alvo de possível acordo. Relatos não confirmados indicavam que Sutyagin, condenado a 15 anos
de prisão em 2004, já estaria
em Viena, primeira escala do
processo de liberação que deve terminar no Reino Unido.
Um 11º suspeito de espionar para Moscou foi preso na
semana passada em Chipre
ao tentar deixar a ilha mediterrânea em direção à Europa. Libertado sob fiança, no
entanto, ele sumiu. Seu nome não foi incluído no pacto.
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