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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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SALDO DE GUERRA

Equipe de necrotério militar foi reforçada para receber os mais de 250 cadáveres americanos

Corpos de soldados são levados para base aérea em Delaware

DA REUTERS

Quando os aviões de carga pousam na base aérea de Dover, na costa do Estado de Delaware, as pessoas já se preparam para homenagear os mortos. É para lá que são levados todos os americanos mortos no Iraque.
Desde que os EUA invadiram o Iraque até o início deste mês, cerca de 250 corpos já desembarcaram na base, entre mortos em combates e acidentes.
A base de Dover abriga o maior e único necrotério nos EUA que recebe mortos em guerras no exterior. Desde a Guerra do Vietnã, é nela que chegam os mortos. Também foi para lá que foram trazidos os restos mortais dos astronautas mortos no ônibus espacial Columbia e as vítimas do Pentágono no 11 de Setembro.
Desde março, quando começou a Guerra do Iraque, os funcionários do necrotério trabalham até 12 horas por dia e sem folga por semanas. A equipe, de sete pessoas, que chegou a 200 no auge da guerra, hoje opera com 50 pessoas -embora o fluxo de corpos, segundo os funcionários, continue o mesmo.
"Se você vê os registro de mortes, saberá que estamos trabalhando", diz Karen Giles, que dirige o necrotério. Ela e seus colegas evitam o noticiário para não desenvolver ligação com os soldados que podem examinar.
Nas instalações -que mais parecem um hangar- ela diz que o trabalho é difícil. "Eu sei qual o custo da guerra. Vejo os rostos dos que chegam, e eles são cada vez mais jovens."
Mas Giles e seus colegas se orgulham do que fazem. "Gostaríamos de não ter que fazer isso", diz o major Jeff Yocum. "Mas nos orgulhamos em assegurar sua dignidade enquanto eles estão em Dover. Nossa maior preocupação é assegurar que eles voltem com dignidade e respeito a seus entes queridos."


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