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Empresa ligada a vice pode ser favorecida
NEELA BANERJEE
DO "NEW YORK TIMES"
A Bechtel, uma das maiores empresas mundiais de engenharia e
construção, desistiu de disputar
um contrato para reconstruir parte do setor petrolífero iraquiano,
enquanto outras concorrentes
concluíram que a licitação é favorável à única empresa que já está
atuando no país, a Halliburton.
Logo após a Guerra do Iraque,
quando o Corpo de Engenheiros
do Exército dos EUA escolheu a
Halliburton, sem alarde, para efetuar os primeiros reparos no setor, outras empresas e alguns congressistas fizeram objeções, dizendo que as obras deveriam ter
sido concedidas por licitação.
O papel da Halliburton na reconstrução iraquiana é alvo de
atenção política porque, no passado, a empresa foi presidida pelo
atual vice-presidente dos EUA,
Dick Cheney. O governo e o Corpo de Engenheiros do Exército,
que supervisiona o trabalho de reconstrução da indústria petrolífera, já disseram que nenhuma vantagem foi dada à Halliburton.
Os planos sobre o novo contrato
-que pode totalizar US$ 1 bilhão- foram anunciados, no fim
de junho, pelo Exército. A licitação tinha por objetivo, em parte,
introduzir a concorrência e um
clima de justiça no lucrativo mercado da reconstrução do Iraque,
disse um executivo de uma grande empresa de engenharia.
No mês passado, porém, o Corpo de Engenheiros do Exército
anunciou um cronograma para as
obras. Na prática, isso significou
que o valor de qualquer eventual
contrato conquistado por qualquer outra companhia (fora a Halliburton) chegaria a apenas cerca
de US$ 176 milhões, segundo documentos do Corpo de Engenheiros do Exército e executivos do setor de engenharia e construção.
No início da semana, a Bechtel
disse que o cronograma foi o motivo que a levou a desistir da licitação. Segundo Howard Menaker,
um porta-voz da Bechtel, a empresa pretende agora tratar diretamente com o Ministério do Petróleo iraquiano para obter contratos futuros de reconstrução.
Embora o Ministério do Petróleo e o Corpo de Engenheiros do
Exército cooperem, pelo menos
oficialmente, analistas do setor
petrolífero disseram que são os
americanos que mandam.
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