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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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Empresa ligada a vice pode ser favorecida

NEELA BANERJEE
DO "NEW YORK TIMES"

A Bechtel, uma das maiores empresas mundiais de engenharia e construção, desistiu de disputar um contrato para reconstruir parte do setor petrolífero iraquiano, enquanto outras concorrentes concluíram que a licitação é favorável à única empresa que já está atuando no país, a Halliburton.
Logo após a Guerra do Iraque, quando o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA escolheu a Halliburton, sem alarde, para efetuar os primeiros reparos no setor, outras empresas e alguns congressistas fizeram objeções, dizendo que as obras deveriam ter sido concedidas por licitação.
O papel da Halliburton na reconstrução iraquiana é alvo de atenção política porque, no passado, a empresa foi presidida pelo atual vice-presidente dos EUA, Dick Cheney. O governo e o Corpo de Engenheiros do Exército, que supervisiona o trabalho de reconstrução da indústria petrolífera, já disseram que nenhuma vantagem foi dada à Halliburton.
Os planos sobre o novo contrato -que pode totalizar US$ 1 bilhão- foram anunciados, no fim de junho, pelo Exército. A licitação tinha por objetivo, em parte, introduzir a concorrência e um clima de justiça no lucrativo mercado da reconstrução do Iraque, disse um executivo de uma grande empresa de engenharia.
No mês passado, porém, o Corpo de Engenheiros do Exército anunciou um cronograma para as obras. Na prática, isso significou que o valor de qualquer eventual contrato conquistado por qualquer outra companhia (fora a Halliburton) chegaria a apenas cerca de US$ 176 milhões, segundo documentos do Corpo de Engenheiros do Exército e executivos do setor de engenharia e construção.
No início da semana, a Bechtel disse que o cronograma foi o motivo que a levou a desistir da licitação. Segundo Howard Menaker, um porta-voz da Bechtel, a empresa pretende agora tratar diretamente com o Ministério do Petróleo iraquiano para obter contratos futuros de reconstrução.
Embora o Ministério do Petróleo e o Corpo de Engenheiros do Exército cooperem, pelo menos oficialmente, analistas do setor petrolífero disseram que são os americanos que mandam.


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