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VENEZUELA
Manifestantes pedem permanência do presidente no cargo no plebiscito do dia 15; oposição organiza show
Ato pró-Chávez reúne centenas de milhares
DA REDAÇÃO
A uma semana da realização do
plebiscito sobre a retirada ou não
de Hugo Chávez do poder, Caracas assistiu ontem a uma manifestação que reuniu centenas de milhares de pessoas em apoio ao
presidente, que prometeu um
"ataque final" para conseguir a vitória na votação.
Já os opositores organizaram
um show de rock cuja expectativa
era de reunir milhares de pessoas
-o evento começaria após o encerramento desta edição.
Um dos chefe do Corpo de
Bombeiros de Caracas, ligado à
oposição, calculou em mais de 100
mil os participantes na marcha a
favor de Chávez. Para chavistas,
havia 900 mil. A agência de notícias Associated Press fala em centenas de milhares.
"Vamos partir hoje para um
ataque final, a uma ofensiva popular em todas as direções, com
muita inteligência e sem perder a
calma", disse Chávez a seus seguidores na avenida Bolívar, que serviu de ponto de concentração para a marcha de ontem.
Vestindo uma camiseta vermelha, que identifica o seu governo,
Chávez pediu a seus simpatizantes que não caiam no "triunfalismo" e que estejam alertas a possíveis "sabotagens" da oposição para evitar a sua vitória.
"Nós vamos ganhar, mas ainda
não ganhamos. Faltam vários
dias. Não podemos cometer nenhum erro. Precisamos ficar alertas dia e noite porque vocês sabem que o diabo [como o presidente chama a oposição] tem um
dono lá no norte [referência ao
presidente George W. Bush, acusado por ele de ajudar a oposição
e de fomentar o golpe de 2002]."
Segundo o presidente, votar pelo não no plebiscito se traduz na
defesa da "soberania e na luta revolucionária dos latino-americanos e caribenhos contra o imperialismo americano".
Topless
Batizada pelo governo de "Marcha pela Vitória", a chamada
"maré vermelha" de simpatizantes de Chávez percorreu vários
quilômetros em um ambiente festivo, com bandeiras, apitos e entoando gritos a favor do presidente. Um grupo de mulheres desfilou de topless, com a palavra
"Não" (à saída de Chávez) desenhada em seus peitos. A manifestação foi a última antes da realização do referendo sobre a retirada
ou não de Chávez da Presidência.
A oposição precisa obter 3,8 milhões de votos, superar a oposição
na contagem geral, além de necessitar que o comparecimento dos
eleitores seja de no mínimo 25%.
Os dois lados têm divulgado pesquisas indicando vitória no plebiscito, mas sondagens feitas por
grupos estrangeiros apontam favoritismo para Chávez.
O dirigente da coalizão opositora Coordenação Democrática
(CD) Enrique Mendoza afirmou
ontem que a oposição vencerá
por "ampla maioria". "Os governistas disseram que não tínhamos
conseguido as assinaturas necessárias [para que fosse convocado
o referendo], que não poderíamos vencer na validação das assinaturas. Mas em cada etapa ficou
demonstrado que eles [os chavistas] mentiram", afirmou.
Vitória contundente
Samuel Moncada, porta-voz da
campanha a favor da permanência do presidente, disse que o objetivo do governo "é obter duas
ou três vezes mais votos do que a
oposição e ganhar de maneira
contundente para que não haja
dúvidas para a oposição.
Caso o "sim" vença o plebiscito,
uma nova eleição presidencial será convocada em 30 dias e Chávez
poderá concorrer. Caso o "não"
tenha mais votos, o presidente
permanece no cargo até dezembro de 2006.
No show da oposição, três palcos reuniriam artistas e bandas de
rock ao longo da avenida Francisco Miranda em uma área residencial de Caracas, considerada o
bastião dos anti-chavistas na capital venezuelana. O evento foi
denominado "Artistas Unidos pelo Futuro". Até o encerramento
desta edição, não foram registrados atos de violência em nenhuma das duas manifestações.
Com agências internacionais
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