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Temendo atingir civis, pilotos israelenses recusam-se a disparar
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA BASE AÉREA DE HATZOR
Ante o dilema de atacar alvos
do Hizbollah no sul do Líbano e
atingir civis, pilotos de caça israelenses têm se recusado a
cumprir missões em pleno vôo.
Outros disparam longe dos alvos determinados pelo comando. Os casos foram confirmados ontem à Folha por um oficial da Força Aérea de Israel.
"Há diversos exemplos de
aviões que voltaram para a base
com as bombas e de pilotos que
não bombardeiam os alvos.
Eles recebem a classificação de
missão não cumprida", disse o
oficial, sem dar números.
Segundo o oficial, os alvos
são determinados pelo comando central da Força Aérea, seguindo informações do setor
de inteligência militar. Mas a
decisão final de bombardear
cabe ao piloto, e eles têm liberdade de se recusar a disparar.
"É sempre um dilema: não dá
para saber se uma casa onde
vemos um lançador de foguetes
do Hizbollah está vazia", disse
ontem o coronel A., comandante da base de Hatzor, 40 km ao
sul de Tel Aviv. O Exército
proíbe divulgar nomes de pilotos. Segundo A., os pilotos têm
tempo suficiente para analisar
o alvo e decidir se vão atacar.
Os alvos são monitorados pelo
comando central, com imagens
geradas em tempo real.
"Do alto, não dá para saber se
há pessoas na casa onde o Hizbollah escondeu um lançador
de mísseis. Por isso, às vezes civis são atingidos", disse o piloto
I., 30, ao lado do F16 que pilota.
A navegadora N., 25, rejeita
as críticas internacionais a Israel por causa das mortes de civis no Líbano. "Muitas vezes o
Hizbollah manipula os números. Nós não planejamos atingir civis. Eles, sim, miram somente nos nossos civis", disse.
N. disse que participou até
agora de "dezenas" de missões
no Líbano, das cerca de mil que
partiram de Hatzor. Sobre o
ataque à aldeia de Qana, que
matou 26 civis, ela diz que
"sentiu-se mal como qualquer
ser humano". "Mas nossa missão é muito clara. Fazer tudo o
que for possível para defender
nosso país do terrorismo. E a
maioria dos alvos do Hizbollah
está entre civis."
(MG)
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