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CIA teve atuação em assassinato
que virou filme de Costa-Gavras
das agências internacionais
Os serviços de inteligência dos
EUA desempenharam um papel
ao menos indireto no assassinato
do norte-americano Charles Horman por forças de segurança do
Chile em setembro de 73. O caso
inspirou o filme "Missing, o Desaparecido", de 1982, dirigido por
Costa-Gavras e estrelado por Jack
Lemmon e Sissy Spacek.
Horman era um jornalista free-lancer que trabalhava no Chile
quando ocorreu o golpe de Estado e foi assassinado, provavelmente por suas posições políticas,
nos dias seguintes à derrubada do
presidente Salvador Allende.
A comprovação se deu nos documentos que a CIA (central de
inteligência dos EUA) liberou ontem. "No melhor dos casos, o papel da CIA se limitou a confirmar
as informações que motivaram o
assassinato de Horman", revelam
os documentos.
"No pior, a inteligência norte-americana sabia que o governo do
Chile considerava Horman como
um caso sério e não fez nada para
desencorajar o desenlace lógico
da paranóia chilena."
Mais de mil documentos foram
retirados da classificação de secretos pelos EUA e cobrem principalmente o período anterior ao
golpe no Chile (1968-73).
O filme de Costa-Gavras, no
qual Lemmon interpreta o pai do
jornalista desaparecido, sugere
que Horman tinha provas do envolvimento dos EUA no golpe.
Entidades de defesa dos direitos
civis acusam a CIA de não liberar
documentos que comprometeriam os EUA na preparação do
golpe militar.
Peter Kornbluh, da organização
independente National Security
Archive, ligado à Universidade
George Washington, deplorou
não haver documentos que incluíssem a participação dos EUA
no golpe militar chileno.
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