São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2001

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Discurso inicial é contestado pelos ataques

DA REUTERS

Para muitos, a ofensiva, que se utiliza de armamentos milionários para atingir alvos que não valem U$ 100, é uma estranha forma de iniciar a primeira grande guerra do século 21.
O presidente dos EUA, George W. Bush, e o seu secretariado já vinham alertando para uma ofensiva "não convencional" contra o milionário saudita Osama bin Laden e sua organização terrorista, a Al Qaeda.
"É como lançar um míssil de U$ 2 milhões para atingir uma tenda e um camelo que valem U$ 10", teria dito Bush em uma conversa reservada com congressistas.
"Esse é um tipo diferente de guerra. A luta entre uma guerrilha e forças militares convencionais é difícil", disse Bush na semana passada.
O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, havia alertado que as ofensivas não teriam um "Dia D", para marcar o início do conflito.
O secretário de Estado, Colin Powell, também já vinha repetindo que essa não seria uma guerra travada somente no âmbito militar. "É uma guerra de inteligência, na qual também serão utilizados argumentos legais [a união contra o terror" e armas financeiras."
Diante disso, é inevitável perguntar qual é o modelo que foi quebrado quando EUA e Grã-Bretanha lançaram 50 mísseis em alvos militares no Afeganistão? Qual a diferença entre essa guerra e a do Golfo, ocorrida em 1991 (ambas foram, inclusive, televisionadas)?
Até agora, dizem especialistas, a principal diferença é a participação da emissora Al Jazeera, sediada em Qatar, que com sua política editorial independente, usurpou a primazia da poderosa rede CNN.


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