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Musharraf reestrutura cúpula militar
ÁNGELES ESPINOSA
DO "EL PAÍS", EM ISLAMABAD
O presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, reestruturou a sua cúpula militar, buscando demonstrar que ainda
mantém o controle do país. Foram afastados três generais considerados responsáveis pela política
de aproximação do governo com
o Taleban, regime extremista islâmico que controla o Afeganistão.
Desde os atentados contra os
EUA no dia 11 de setembro, Musharraf tenta alterar a posição do
país, distanciando-se do Taleban.
Porém, por enquanto, o país continua sendo o único a reconhecer
o regime afegão.
No discurso em que anunciou
as mudanças, Musharraf também
fez um apelo para que a comunidade internacional preste mais
atenção aos problemas da Caxemira (região separatista de maioria islâmica na Índia) e dos palestinos, numa tentativa de agradar à
população islâmica paquistanesa.
Os generais afastados ocupavam os cargos de vice-comandante das Forças Armadas, presidente do comitê da Junta do Estado-Maior e chefe da agência de informações. O general Mahmood Ahmed, que comandava a agência de
informações, era tido como a
principal liderança do serviço secreto, além de ser um dos principais defensores do Taleban.
Seu afastamento, de acordo
com o presidente, deveu-se ao
fracasso na missão que lhe foi incumbida, a de convencer o Taleban a entregar Osama bin Laden.
"A atitude do presidente demonstra um forte comprometimento com os EUA", disse o jornalista paquistanês Ahmed Rashid. "Agora os serviços secretos
irão cooperar por completo com a
CIA na busca por Bin Laden."
Nos últimos dias, especulava-se
em Islamabad que os Estados
Unidos estariam convencidos de
que os paquistaneses não forneciam todas as informações necessárias. Outras pessoas asseguram
que as mudanças farão com que o
Exército se torne mais duro com
partidos extremistas islâmicos
que tentem minar o governo.
Musharraf, após conversa ontem com o premiê da Índia -tradicional inimiga do Paquistão-,
Atal Bihari Vajpayee, afirmou que
o seu país cooperará conjuntamente com os indianos no combate ao terrorismo.
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