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Aumenta o apoio popular ao Taleban
ASEM MUSTAFA AWAN
ESPECIAL PARA O "THE INDEPENDENT"
Aqui em Islamabad (Paquistão), a vida continua, mas certamente não como se tudo estivesse
normal. As pessoas estão compreensivelmente apreensivas
quanto ao que o futuro pode reservar a elas depois do bombardeio ao Afeganistão.
Na manhã de ontem, senti uma
atmosfera de rotina tensa. Acredito que todos estejam rezando para que Deus mostre misericórdia
e o bom senso prevaleça.
Não creio que o líder paquistanês, general Pervez Musharraf, esteja certo ao alegar que a opinião
pública apóia a colaboração com
os EUA. Do que vejo, a maioria
parece estar pensando nos irmãos
muçulmanos no Afeganistão.
Houve quem saísse às ruas em
protestos violentos contra os ataques aéreos. Mais ou menos à
meia-noite, no domingo, houve
uma imensa manifestação contra
o bombardeio em frente ao "The
Jang", um diário publicado no
idioma urdu, em Rawalpindi. Em
meio à multidão ruidosa, me surpreendi por descobrir que o premiê Tony Blair está começando a
ser seriamente criticado. Não é
mais só o presidente dos EUA que
atrai raiva. Um jovem gritou para
mim: "Por que ele está agindo assim? Tenta competir com [George
W." Bush para mostrar quem é o
líder mais popular?".
Outro jovem se queixou de que
Blair estava agindo como "um enviado especial" dos EUA. Efígies
de Bush e Blair têm sido queimadas. Mais e mais jovens proclamam seu desejo de partir para o
Afeganistão e aderir à "guerra
santa" em defesa do islamismo.
Mesmo entre os que não estão
queimando efígies de líderes ocidentais, há grande ceticismo
quanto às intenções americanas.
Na semana passada, conversei
com um velho veterano de guerra.
Alguém perguntou a ele se o Paquistão estava em perigo com os
mísseis que sobrevoam nossa terra. Ele respondeu que, se Deus decidisse que ele deveria morrer
dessa maneira, pelo menos seria
bom morrer por uma causa. "No
pé em que as coisas estão, meu filho em breve vai partir para o Afeganistão, e eu lhe dei permissão
para se unir ao Taleban. Será a minha contribuição para a guerra."
O autor é repórter do "The Nation", um
jornal de Islamabad
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