São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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EUA

Investigações sobre a série de assassinatos na região incluem até o serviço secreto; pais formam "guarda voluntária" perto de escolas

Atirador à solta apavora área de Washington

DA REDAÇÃO

A equipe da polícia responsável pela busca do atirador que matou seis pessoas e feriu duas na área da capital dos EUA, Washington, afirmou ontem que o criminoso, que está causando pânico na região, ainda estava à solta.
"Se estamos chegando mais perto [dele]? Certamente esperamos que sim", disse Charles Moose, chefe da polícia do Condado de Montgomery (Maryland), onde cinco incidentes ocorreram.
"Estamos falando de uma pessoa que é basicamente um covarde", disse o governador de Maryland, Parris Glendening. "Esse indivíduo está atirando em idosos, mulheres e crianças. É hora de essa pessoa se entregar e parar com essa matança insana."
Escolas da área abriram sob forte proteção policial ontem, um dia depois de um menino de 13 anos ter sido gravemente ferido por um tiro logo após chegar à sua escola em Bowie (Maryland).
Autoridades encorajaram os pais a levar seus filhos à escola ontem porque eles estariam mais seguros lá do que em qualquer outro lugar. Os estudantes foram mantidos o tempo todo dentro dos prédios escolares e todas as atividades após o horário das aulas e excursões foram canceladas.
Alguns pais formaram grupos de "guardas voluntários", vigiando cruzamentos perto de escolas. Mas muitos decidiram manter seus filhos em casa.
Jessica McFadden, 13, aluna da escola Benjamin Tasker, onde o menino foi ferido anteontem, disse que pelo menos três de suas amigas não foram à escola porque seus pais não deixaram. Sua mãe, Diane McFadden, disse que decidiu deixar Jessica ir porque "eles não podem viver com medo".
"É por isso que estamos de volta", disse Diane. "Você não pode parar de fazer o que está fazendo por causa de uma pessoa doente."
Uma colega de Jessica, Amanda Wiedmaier, 13, afirmou: "Geralmente, tenho vergonha de chegar de mãos dadas com a minha mãe, mas hoje não me importo".
"Eu gostaria de pensar que tenho palavras para manter as pessoas calmas, mas não tenho certeza de que as tenho", disse Moose. "A questão de como evitar se tornar um alvo é muito complexa. Não temos essa resposta. Estamos pedindo para as pessoas procurarem coisas fora de lugar".
Desde o dia 2, um atirador matou seis pessoas e feriu outras duas na área de Washington, todas as vezes dando apenas um tiro. Não há nenhum sinal de que as vítimas, de idades variando de 13 a 72 anos, conhecessem umas às outras, mas análises forenses indicam que a mesma arma foi usada em ao menos cinco casos.
Autoridades estão oferecendo uma recompensa de US$ 237 mil por informações que levem à prisão do atirador. Doações individuais e do Estado de Maryland mais do que quadruplicaram a quantia inicial de US$ 50 mil oferecida pela polícia do Condado de Montgomery na semana passada.
Glendening classificou os ataques como "horríveis" e "quase sem precedentes", mas afirmou: "Não vamos deixar que um indivíduo prejudique nossa educação, nossas vidas ou nossa economia".
O menino de Bowie, que faz parte do vizinho Condado de Prince George, permanecia em estado grave ontem após passar por uma cirurgia anteontem no Centro Médico Nacional Infantil. Médicos disseram que a bala se fragmentou em seu tórax, ferindo vesícula, estômago, pâncreas, pulmão e diafragma.
Ninguém se apresentou como testemunha de nenhum dos incidentes. Segundo a polícia, a arma do crime é provavelmente um fuzil de precisão de cerca de 600 m.
Uma mulher disse ter visto uma caminhonete branca deixar a cena de um dos crimes na quinta-feira em alta velocidade. A polícia ainda procurava o veículo ontem.
O serviço secreto e o FBI estão ajudando as polícias local e estadual nas investigações.


Com agências internacionais

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