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Para analistas, perfil do criminoso é incomum
DA REUTERS
Ele deve estar na casa dos 20 ou
30 anos, pode ter convivido com
armas na infância ou aprendido a
atirar no serviço militar. Seus atos
indicam que ele é organizado,
metódico, meticuloso, calmo e
extremamente difícil de capturar.
O "atirador de Washington"
não se enquadra no perfil dos "serial killers", ou assassinos em série, dizem especialistas.
"Este não é um assassino comum", afirma Harvey Kushner,
especialista em "crimes de ódio" e
homicídios em série. "Temos aqui
um assassino interessado simplesmente em matar. A impressão é a de que esse sujeito está mirando contra a humanidade."
Kushner e outros especialistas
presumem que o atirador seja homem devido à alta potência da arma que, segundo análises forenses, foi usada nos crimes.
As vítimas são de raças, idades e
sexos diferentes. Esse caráter aparentemente aleatório é um dos fatores que diferenciam esses ataques de outros, diz Kushner.
Diferentemente de assassinos
em série ou em massa, que podem
nutrir ressentimentos contra um
colega, um chefe ou um parente,
esse atirador parece estar alvejando pessoas que não têm conexão
com ele ou entre si. Ele parece
sentir confiança em sua capacidade de fugir sem ser detectado.
"Imagino que seja um homem
no final da casa dos 20 anos ou
início da dos 30. Acho que ele teve
algum treinamento militar, ou
conviveu com armas a vida toda",
diz Kushner. "Acho que ele não
corre. Faz tudo de forma metódica, devagar. Não se aproxima das
vítimas e deve se afastar sorrateiramente, como uma serpente."
Segundo Kushner, é possível
que o atirador esteja sentindo
prazer com a atenção que está recebendo. "Temos cobertura dos
acontecimentos pela TV 24 horas
por dia, sete dias por semana. É
possível que ele simplesmente fique sentado, admirando seu trabalho. Não será fácil capturá-lo."
Na verdade, disse Charles Bahn,
da Faculdade John Jay de Justiça
Penal, em Nova York, a mira precisa do atirador pode facilitar o
trabalho dos investigadores. "Não
existem muitas pessoas nos EUA
com esse tipo de experiência", diz.
Bahn esboçou dois perfis para o
atirador, com base nos relatos da
mídia. "Ele pode ser um doente
mental que sofre ilusões de grandeza e cujos ataques seguem um
padrão que só ele consegue detectar", afirma. Ou pode ser um "terrorista irresponsável".
O psiquiatra forense Michael
Welner, do Centro Médico da
Universidade de Nova York, descreveu o atirador como sendo
"branco, homem, solteiro, de 20 a
30 anos, alguém que passou a vida
toda fascinado por caça e armas".
Welner disse que o atirador não
é psicótico e que se destaca por
seu comportamento altamente
organizado. "A maioria dos homicídios múltiplos envolve pessoas que não planejam formas de
escapar ou não tentam deixar a
cena do crime", afirma. "Esse é incomum: continuou a matar após
ter satisfeito sua possível fantasia
de sair à rua e cometer um crime."
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