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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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COLÔMBIA

Carro-bomba explodiu em área comercial da capital, deixando outras 20 pessoas feridas; suspeita recai sobre paramilitares

Atentado terrorista em Bogotá mata 6

DA REDAÇÃO

Seis pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas depois que um carro-bomba explodiu num setor comercial de Bogotá. Foi o primeiro atentado terrorista na capital colombiana desde fevereiro passado. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
O carro explodiu às 8h no bairro de San Andresito, quando dois policiais chegavam ao local após serem alertados sobre um automóvel suspeito, segundo autoridades locais.
"Fomos alertados sobre um carro suspeito, e uma patrulha policial foi enviada para averiguar a situação. A explosão ocorreu quando eles se aproximaram do veículo", disse o general Jorge Castro, comandante da polícia de Bogotá, que tem mais de 7 milhões de habitantes.
Quatro pessoas -incluindo os dois policiais- morreram na hora. Os outros dois mortos chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos, segundo o prefeito de Bogotá, Antanas Mockus.
Outros dois mortos foram identificados como vendedores ambulantes que tinham ponto no local da explosão.
A ministra da Defesa, Marta Lucia Ramirez, advertiu que mais ataques podem ocorrer até as eleições locais, no próximo dia 26. Anteontem, o governo acusou a guerrilha terrorista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) de terem matado dois prefeitos. Ao todo, nove prefeitos já foram mortos neste ano.
O presidente Álvaro Uribe, que se elegeu prometendo restaurar a segurança no país, convocou uma reunião de emergência.
Castro afirmou que "ainda é muito cedo" para determinar a autoria e a motivação do atentado. Ele descartou a presença de outros veículos com explosivos na área do ataque.
Já o diretor de operações da polícia, coronel Orlando Cely, disse que "há informações fragmentadas de que foram três terroristas" que preparam o carro-bomba.
Especula-se, no entanto, que o atentado tenha sido realizado por terroristas paramilitares de direita. Recentemente, a revista "Semana" publicou reportagem sobre grupos de paramilitares de direita que extorquem dinheiro dos comerciantes do bairro onde ocorreu o atentado.
No mês passado, a polícia havia admitido a presença de grupos armados que intimidam comerciantes de San Andresito, onde há um forte comércio de produtos contrabandeados, e de outros setores comerciais de Bogotá.
Mockus ofereceu uma recompensa de cerca de US$18 mil em troca de alguma informação que leve aos responsáveis.

Violência
O último atentado em Bogotá havia ocorrido no dia 7 de fevereiro deste ano, quando um carro-bomba matou 36 pessoas e deixou outras 170 feridas num elegante clube noturno. O governo acusou as Farc, mas a guerrilha terrorista de esquerda negou a autoria.
No ano passado, houve na capital vários atentados terroristas. Um deles ocorreu no momento em que o presidente Álvaro Uribe tomava posse, em agosto.
O atentado atribuído às Farc provocou a morte de 21 pessoas, a maioria moradores de uma área próxima ao palácio do governo, que foi atingido, mas sem grandes danos.
Desde que assumiu há 14 meses, Uribe intensificou o ataque aos grupos armados ilegais, sobretudo contra as Farc.
A estratégia do presidente tem lhe rendido altos índices de popularidade, mas analistas afirmam que o aumento dos combates contra os grupos ilegais não têm trazido grandes resultados nem mais tranquilidade ao país.


Com agências internacionais

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