São Paulo, terça, 9 de dezembro de 1997.




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Militantes podem ser uma ameaça

da Reportagem Local

A jornalista Judith Miller, autora do livro "Deus Tem 99 Nomes" (editora Simon & Schuster, EUA), é especialista em Oriente Médio e escreve sobre o tema no jornal "The New York Times".

Folha - O islamismo representa uma ameaça ao Ocidente?
Judith Miller -
Como religião, não. Agora, se você me perguntar se os movimentos islâmicos militantes são uma ameaça para a democracia ocidental, eu responderia que eles podem ser.
Folha - Por quê?
Miller -
Em primeiro lugar, porque, de acordo com a interpretação que eles fazem do Alcorão, as mulheres, os judeus e os cristãos -sem mencionar minorias que nem estão citadas nas escrituras- são relegadas a uma posição de segunda classe na sociedade.
Em segundo lugar, esses grupos consideram que eles têm a verdade. As pessoas que discordam são pecadoras.
Por fim, eu me preocupo com o antiamericanismo desses grupos e com a oposição ao processo de paz entre árabes e israelenses.
Folha - Quão significativos são esses grupos no islamismo?
Miller -
Estou falando dos cerca de 1% de militantes que instigam o uso da violência, mas que, mesmo que cheguem ao poder de forma não-violenta, tenderiam a limitar as liberdades. Eles deveriam ser dissuadidos a se comprometerem com regras básicas, entre elas a de que, se chegarem ao poder, tratarão todos de forma igual.


(Otávio Dias)



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