|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Militantes podem ser uma ameaça
da Reportagem Local
A jornalista Judith Miller, autora
do livro "Deus Tem 99 Nomes"
(editora Simon & Schuster, EUA),
é especialista em Oriente Médio e
escreve sobre o tema no jornal
"The New York Times".
Folha - O islamismo representa
uma ameaça ao Ocidente?
Judith Miller - Como religião,
não. Agora, se você me perguntar
se os movimentos islâmicos militantes são uma ameaça para a democracia ocidental, eu responderia que eles podem ser.
Folha - Por quê?
Miller - Em primeiro lugar,
porque, de acordo com a interpretação que eles fazem do Alcorão,
as mulheres, os judeus e os cristãos
-sem mencionar minorias que
nem estão citadas nas escrituras-
são relegadas a uma posição de segunda classe na sociedade.
Em segundo lugar, esses grupos
consideram que eles têm a verdade. As pessoas que discordam são
pecadoras.
Por fim, eu me preocupo com o
antiamericanismo desses grupos e
com a oposição ao processo de paz
entre árabes e israelenses.
Folha - Quão significativos são
esses grupos no islamismo?
Miller - Estou falando dos cerca
de 1% de militantes que instigam o
uso da violência, mas que, mesmo
que cheguem ao poder de forma
não-violenta, tenderiam a limitar
as liberdades. Eles deveriam ser
dissuadidos a se comprometerem
com regras básicas, entre elas a de
que, se chegarem ao poder, tratarão todos de forma igual.
(Otávio Dias)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|