São Paulo, terça, 9 de dezembro de 1997.




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Mundo islâmico não é extremista

da Reportagem Local

John Esposito é professor de relações internacionais e diretor do Centro de Entendimento Muçulmano-Cristão da Universidade de Georgetown, em Washington.

Folha - O islamismo representa uma ameaça para o Ocidente?
John Esposito -
Não. As potências ocidentais sabem distinguir um atentado praticado por um judeu extremista ou por um grupo extremista cristão nos EUA. Quando o assunto é o mundo islâmico, a tendência é generalizar e considerar os movimentos iguais.
Precisamos aprender a distinguir os grupos extremistas radicais dos movimentos islâmicos que mostraram ter habilidade para participar do jogo político. Não distinguir só contribui para a radicalização da violência. É o que as nações ocidentais estão fazendo.
Folha - Por quê?
Esposito -
Muitos governos no Oriente Médio reprimem grupos de oposição islâmicos com o argumento de que eles são violentos e transformarão toda a região em uma área de conflito com o Ocidente. Mas a violência só vai crescer com essa repressão. O apoio do Ocidente aos regimes autoritários da Argélia ou do Egito, por exemplo, só estimula o sentimento antiamericano ou antifrancês.
Folha - Como o sr. avalia a política dos EUA?
Esposito -
Embora o país afirme não se opor aos grupos islâmicos, a regra tem sido apoiar governos que reprimem o fundamentalismo.


(OD)



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