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Mundo islâmico não é extremista
da Reportagem Local
John Esposito é professor de relações internacionais e diretor do
Centro de Entendimento Muçulmano-Cristão da Universidade de
Georgetown, em Washington.
Folha - O islamismo representa
uma ameaça para o Ocidente?
John Esposito - Não. As potências ocidentais sabem distinguir
um atentado praticado por um judeu extremista ou por um grupo
extremista cristão nos EUA.
Quando o assunto é o mundo islâmico, a tendência é generalizar e
considerar os movimentos iguais.
Precisamos aprender a distinguir os grupos extremistas radicais
dos movimentos islâmicos que
mostraram ter habilidade para
participar do jogo político. Não
distinguir só contribui para a radicalização da violência. É o que as
nações ocidentais estão fazendo.
Folha - Por quê?
Esposito - Muitos governos no
Oriente Médio reprimem grupos
de oposição islâmicos com o argumento de que eles são violentos e
transformarão toda a região em
uma área de conflito com o Ocidente. Mas a violência só vai crescer com essa repressão. O apoio do
Ocidente aos regimes autoritários
da Argélia ou do Egito, por exemplo, só estimula o sentimento antiamericano ou antifrancês.
Folha - Como o sr. avalia a política dos EUA?
Esposito - Embora o país afirme não se opor aos grupos islâmicos, a regra tem sido apoiar governos que reprimem o fundamentalismo.
(OD)
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