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COLÔMBIA
Grupo só aceita trocá-lo por guerrilheiro preso
Menino com câncer terminal pede que Farc solte o pai, refém há 2 anos
JAN MCGIRC
DO "THE INDEPENDENT"
Andrés Felipe Perez, um colombiano de 12 anos que tem somente
mais algumas semanas de vida
devido a um câncer, está implorando para ver seu pai no Natal.
Entretanto a guerrilha marxista
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) se nega a libertar o pai do menino, um policial que foi sequestrado enquanto
trabalhava, há dois anos.
Apesar de os presos das Farc
poderem, normalmente, assistir a
TV e ouvir rádio, não se sabe se
José Norberto Perez está informado sobre a situação de seu filho.
O drama do garoto, que sofre de
câncer renal, com metástase óssea
e pulmonar, e está enfraquecido
devido à quimioterapia, deixou os
colombianos comovidos.
Cerca de 2.000 pessoas já se ofereceram às Farc para tomar o lugar do pai de Andrés no cativeiro.
Assim Perez poderia ver seu filho
e doar um de seus rins em uma última tentativa para salvar Andrés.
Políticos, personalidades e até
crianças se dispuseram a trocar de
lugar com o policial sequestrado.
Um adolescente foi até a área
sob controle das Farc para se oferecer como refém em substituição
a Perez. O ministro da Defesa e vice-presidente, Gustavo Bell, também é voluntário para uma troca.
Manuel Marulanda, principal
comandante das Farc, exigiu, porém, que Andrés seja examinado
por médicos da guerrilha para
checar se seu estado é realmente
grave.
Os médicos do garoto, no entanto, afirmaram que sua situação
é crítica demais para uma viagem
até a zona sob controle das Farc.
Ontem ele deixou o hospital e foi
para a casa de seus avós maternos.
Andrés necessita de um tubo de
oxigênio para respirar depois da
cirurgia que removeu a maior
parte de seu pulmão direito.
As Farc propuseram que o governo colombiano soltasse um rebelde detido. Ignacio Gonzalez
Perdomo estaria extremamente
doente e também deveria ser solto, segundo a guerrilha.
As autoridades colombianas rejeitaram a proposta. "Eles exigem
uma troca política quando se trata
de assunto humanitário", disse
Eduardo Cifuentes, principal autoridade de direitos humanos no
governo colombiano.
Todos os anos, cerca de 3.000
colombianos são sequestrados
pelas Farc. O jornalista Fernando
Gavarito afirma que o governo do
país também está equivocado.
Faz uma mobilização imensa em
torno de uma criança, porém se
esquece das outras "300 pessoas
que morrem de fome todos os
dias no país". Ele diz que Andrés
foi abandonado pelo pai aos seis
meses e que seu caso "está sendo
usado como propaganda".
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