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Risco de morte
cerebral ainda
está presente
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
O suporte apropriado na ocorrência de uma hemorragia maciça
como a do premiê Ariel Sharon,
77, só foi possível devido a introdução, nos últimos anos, de unidades de cuidados intensivos em
neurologia e em neurocirurgia.
No caso do hospital Hadassah,
da Universidade Hebraica de Jerusalém, há sete meses foi inaugurada uma unidade portadora de
aparelhagem para angiografia cerebral a um custo de US$ 3 milhões e com uma equipe de 20
profissionais especializados no
atendimento de ocorrências no
sistema nervoso central.
Essa hemorragia cerebral em
Sharon não tem relação com o
acidente vascular cerebral isquêmico anterior, produzido por um
pequeno trombo que chegou ao
cérebro por uma pequena comunicação no coração (a conhecida
CIA, comunicação intra-atrial).
Nessa situação, o paciente recebe medicação que irá impedir a
formação de novos trombos. Infelizmente, esse tratamento também pode provocar hemorragias.
Em situações de grande estresse
(na véspera familiares sofreram
graves acusações), uma crise hipertensiva pode levar a uma hemorragia cerebral. Possivelmente, foi o que ocorreu.
Com a hemorragia, acontece
um aumento da pressão intracraniana. Quando ela atinge níveis da
pressão arterial ou a pressão arterial cai abaixo da pressão intracraniana, a perfusão do cérebro cessa
e a morte cerebral ocorre em poucos minutos.
O médico responsável por Sharon disse que o paciente respondeu a estímulos dolorosos. Mas as
seqüelas potenciais da hemorragia cerebral sugerem que o retorno de Sharon a seu cargo será
muito difícil.
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