São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Risco de morte cerebral ainda está presente

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

O suporte apropriado na ocorrência de uma hemorragia maciça como a do premiê Ariel Sharon, 77, só foi possível devido a introdução, nos últimos anos, de unidades de cuidados intensivos em neurologia e em neurocirurgia.
No caso do hospital Hadassah, da Universidade Hebraica de Jerusalém, há sete meses foi inaugurada uma unidade portadora de aparelhagem para angiografia cerebral a um custo de US$ 3 milhões e com uma equipe de 20 profissionais especializados no atendimento de ocorrências no sistema nervoso central.
Essa hemorragia cerebral em Sharon não tem relação com o acidente vascular cerebral isquêmico anterior, produzido por um pequeno trombo que chegou ao cérebro por uma pequena comunicação no coração (a conhecida CIA, comunicação intra-atrial).
Nessa situação, o paciente recebe medicação que irá impedir a formação de novos trombos. Infelizmente, esse tratamento também pode provocar hemorragias.
Em situações de grande estresse (na véspera familiares sofreram graves acusações), uma crise hipertensiva pode levar a uma hemorragia cerebral. Possivelmente, foi o que ocorreu.
Com a hemorragia, acontece um aumento da pressão intracraniana. Quando ela atinge níveis da pressão arterial ou a pressão arterial cai abaixo da pressão intracraniana, a perfusão do cérebro cessa e a morte cerebral ocorre em poucos minutos.
O médico responsável por Sharon disse que o paciente respondeu a estímulos dolorosos. Mas as seqüelas potenciais da hemorragia cerebral sugerem que o retorno de Sharon a seu cargo será muito difícil.


Texto Anterior: Palestinos vão fazer campanha em Jerusalém
Próximo Texto: Magia: Israelenses lembram maldição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.