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Resultado evidencia força de senadora na base democrata
Hillary teve os melhores resultados entre eleitores de baixa renda e sem diploma
Maioria dos que votaram na
ex-primeira-dama preferia
marido; entre republicanos,
McCain abocanhou votos
dos descontentes com Bush
DA REDAÇÃO
A vitória de Hillary Clinton
na primária democrata em
New Hampshire pode ter sido
uma surpresa, mas confirmou
uma tendência já conhecida:
sua primazia sobre o eleitor da
base tradicional democrata.
Entre outras coisas, a senadora
foi a campeã entre os eleitores
de renda mais baixa e entre os
com menor grau de instrução.
Todo os números são de pesquisa divulgada pelo "New
York Times".
Segundo o jornal, 47% dos
participantes da primária democrata que recebem menos
de US$ 50 mil por ano votaram
em Hillary e 32% em seu principal rival, Barack Obama.
Entre os participantes com
renda superior a US$ 50 mil,
que foram 68% do total, a vantagem se inverte: Obama obteve 40% e Hillary, 35%.
Os eleitores que têm nível superior completo -54% dos democratas que votaram em New
Hampshire- favoreceram
Obama. Entre eles, o senador
obteve 39% dos votos, contra
34% de Hillary. Mas os eleitores que não possuem diploma
universitário preferiram a senadora: 43% votaram nela.
"Assim como a de Bill Clinton, a base de apoio de Hillary
entre esse eleitorado democrata mais tradicional é muito organizada e bastante representativa", afirmou à Folha o analista político Alexander Keyssar, da Universidade Harvard.
"Ela também tem vantagem no
segmento dos trabalhadores
sindicalizados, especialmente
os professores."
Mulheres e jovens
O voto feminino somou 57%
entre os democratas em New
Hampshire. Há dúvidas sobre a
influência do gênero dos candidatos na escolha do público,
mas o fato é que 46% das mulheres preferiram Hillary e só
34% votaram em Obama. Já no
voto masculino, Obama chegou
em primeiro, com 40% da preferência, contra 29% de Hillary.
Outro público que mostrou
favorecer Obama -assim como
já havia feito em Iowa- é o eleitorado jovem. Na faixa de eleitores de 18 a 24 anos, 60% votaram no senador. A ex-primeira-dama obteve a maior vantagem
nas faixas de 40 a 49 anos (44%
dos votos, contra 33% de Obama) e de maiores de 65 anos
(48%, contra 32% de Obama).
Os que votaram pela primeira vez também se inclinam a favor do senador por Illinois.
Cerca de 47% dos eleitores de
primeira viagem votaram em
Obama; Hillary obteve 37%.
Os números indicam ainda
que muitos eleitores de Obama
não o apóiam por completo.
Entre os 23% de eleitores que
concordaram com a afirmação
"eu gosto do meu candidato,
mas com reservas", 41% votaram em Obama, o maior índice.
Já entre os 73% dos eleitores
que concordaram com a frase
"eu apóio fortemente meu candidato", a maior porcentagem
-40%- votou em Hillary.
Um dado significativo foi o
resultado à pergunta "se Bill
Clinton fosse candidato, em
quem você votaria?". Entre os
37% que trocariam seu candidato por Bill Clinton, a maior
porcentagem, 58%, hoje vota
em Hillary. Outros 24% dos
que prefeririam o marido da senadora são eleitores de Obama
e 14% de John Edwards.
Para Keyssar, o fator Bill
Clinton é o que leva Hillary
adiante e o que pode derrubá-la. "Ao mesmo tempo em que
ele transfere a ela grande parte
de seu eleitorado, há muitos
americanos que rejeitam a ex-primeira-dama porque não
querem a volta dos Clinton à
Casa Branca." E ainda não está
claro qual grupo prevalecerá.
Republicanos
Menos indicativos de tendências do que os números democratas, os resultados da pesquisa para os republicanos
mostram a vantagem do candidato vitorioso, o senador John
McCain, em praticamente todas as categorias de eleitores.
Ficou patente, porém, que
ele é o candidato da mudança.
McCain obteve as maiores porcentagens de apoio entre os
eleitores republicanos que se
disseram insatisfeitos (41%) e
até irritados (37%) com o governo atual. Para os que estão
satisfeitos com Bush, o candidato favorito é Mitt Romney.
(ANDREA MURTA)
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