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Bush diz ser contra colônias israelenses
Em visita a Israel, americano se opõe a assentamentos "ilegais"; premiê israelense concorda, mas cita como exceção Jerusalém
Diálogo de surdos continua
hoje, quando Bush pedirá a
Abbas o fim dos ataques a
partir de Gaza, feitos pelo
radical islâmico Hamas
DA REDAÇÃO
No primeiro dia de sua visita
ao Oriente Médio, o presidente
George W. Bush afirmou ontem em Israel que "devem desaparecer" os assentamentos
ilegais israelenses na Cisjordânia. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, concordou
e disse que respeitará o compromisso de desmantelar essas
colônias "ilegítimas".
Mas pouco depois Olmert
afirmou que, "precisamos deixar claro que continuaremos a
construir [domicílios para judeus] em Jerusalém oriental e
nos maiores assentamentos da
Cisjordânia, que esperamos
manter depois de um acordo de
paz [com os palestinos]".
A impressão de não haver nada de novo estava aparentemente em contradição com declarações da secretária de Estado, Condoleezza Rice, publicadas pelo "Jerusalém Post".
Ela afirmou que a construção
por Israel em terrenos de Jerusalém oriental reivindicados
pelos palestinos não condiz
com a posição americana. Ao
ser indagada ontem se Washington havia endurecido sua
posição, Rice foi bem mais
amena.
"O importante é saber que
não poderemos continuar a
discutir aquilo que pertence a
Israel ou aquilo que não pertence. Muitas coisas importantes aconteceram depois do armistício de 1949 e dos acontecimentos de 1967 [a Guerra dos
Seis Dias]. Tudo isso será resolvido num acordo."
A ambigüidade americana
será objeto de cobrança do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, com quem Bush deve se
encontrar hoje, em Ramallah.
Israel autorizou em dezembro a construção de 300 novos
domicílios em Har Homa, Jerusalém oriental, pouco depois
da conferência de Annapolis,
em que negociações com os palestinos foram desencadeadas
com o patrocínio americano.
Abbas afirmou que a expansão de Har Homa era indício da
"má-fé" do governo israelense.
Ele quer que o futuro Estado
palestino tenha como capital o
setor oriental de Jerusalém.
Questionado novamente sobre o tema, falando ao lado de
Olmert, Bush disse que "não
poderia ditar os termos de uma
solução para os dois lados".
Mísseis do Hamas
O presidente americano disse que perguntaria hoje a Abbas
o que tem feito para conter os
disparos, a partir de Gaza, de
mísseis de fabricação doméstica que atingem o território israelense. "Os territórios palestinos não podem ser um santuário para terroristas", disse.
Sem que esses disparos cessem, afirmou por sua vez Olmert, não há chance de acordo
de paz. A questão, no entanto, é
que Abbas não tem poderes em
Gaza, território conquistado
militarmente em junho por
seus rivais do grupo radical islâmico Hamas. Ainda ontem
foram lançados 13 foguetes.
Dois deles atingiram casas em
Sderot, cidade israelense próxima à fronteira com Gaza. Em
resposta, Israel disparou contra três militantes, matando
um e deixando seis feridos.
Com agências internacionais
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