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ÁSIA
Companhias estrangeiras e chinesas poderão criar empresas conjuntas de TV e cinema num mercado em rápido crescimento
China libera participação externa na mídia
MURE DICKIE
DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM
A China revogou sua proibição
ao investimento estrangeiro em
produtoras de cinema e televisão
do país. A medida faz parte de um
pacote de reformas que busca revitalizar todo o setor de mídia, até
agora dominado pelo Estado.
A possibilidade de envolvimento direto na produção de televisão
e cinema será altamente interessante para grupos de mídia estrangeiros, sedentos por uma participação maior no mercado chinês, em rápido crescimento. A
China é o país mais populoso do
mundo, com cerca de 1,3 bilhão
de habitantes.
O órgão estatal que regula o
mercado de TV, música e rádio
também estimulará empresas
chinesas da área a investir no exterior e a "trabalhar sério" para
garantir uma participação no
mercado global de televisão.
As novas regras realçam a determinação de Pequim de tornar
mais competitivas as organizações de mídia nacionais, desde
jornais até emissoras de TV, que
até agora foram administradas
como braços do Estado e do Partido Comunista.
Sob a nova política, empresas
estrangeiras "fortes e influentes"
poderão adquirir participações
minoritárias em produtoras chinesas, disse Zhu Hong, da Administração Estatal do Rádio, Cinema e Televisão (AERCT).
"No passado, permitíamos que
empresas estrangeiras e nacionais
trabalhassem juntas apenas em
programas de cinema e televisão", disse Zhu, para quem a mudança de orientação indica uma
liberalização importante. Empresas nacionais e estrangeiras poderão criar companhias conjuntas.
Pequim espera que um aumento marcante no envolvimento do
setor privado no ramo da televisão melhore a qualidade e a quantidade do conteúdo produzido
para o mercado local.
Empresas privadas chinesas
também serão autorizadas a desenvolver conjuntamente canais
pagos, numa reforma que visa
ajudar a atrair os investimentos
necessários para financiar os ambiciosos planos de Pequim para a
ampliação dos serviços de televisão paga e televisão digital.
O controle estatal sobre a produção de TV foi liberalizado no
ano passado, quando a AERCT
decidiu que empresas privadas
poderiam produzir seriados de
TV sem o controle de uma estatal.
As empresas estrangeiras também podem prever beneficiar-se
do aumento na demanda por seu
conteúdo, na medida em que Zhu
anunciou o relaxamento das restrições à quantidade de filmes e
programas de TV estrangeiros
que poderão ser exibidos no país.
Mas é provável que as oportunidades para empresas estrangeiras
na TV chinesa sejam limitadas.
No momento, Pequim permite a
operação de 31 canais estrangeiros, mas apenas para hotéis com
mais de três estrelas ou complexos residenciais pré-aprovados.
Um punhado de canais pertencentes a empresas estrangeiras,
como News Corporation e Viacom, recebeu "direitos de entrada" na Província de Guangdong,
no sul da China. As emissoras estão ansiosas para atingir o público
de outras partes do país.
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