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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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MULTIMÍDIA

The New York Times

Diário americano diz "não" à guerra

"Nos próximos dias, o presidente Bush terá de decidir se as forças americanas devem invadir o Iraque diante da oposição das Nações Unidas. Nós acreditamos que há outra opção, envolvendo o reforço das inspeções a longo prazo. Se nos confrontarmos com a questão sobre o sim ou não a uma invasão sem o apoio internacional, nossa resposta é não."
Assim o diário "The New York Times" expressou a sua posição em relação à crise iraquiana em editorial, que se aproxima muito da postura que a França, a Rússia e a Alemanha -principais opositores dos EUA no Conselho de Segurança- têm manifestado.
De acordo com o jornal, o último relatório dos chefes dos inspetores da ONU apresentado ao CS foi devastador para a posição americana. "Eles não apenas disseram que progresso foi feito, como também descartaram a hipótese de que o Iraque esteja tentando fabricar armas nucleares."
A saída, segundo o "New York Times", sempre ressaltando que o ditador Saddam Hussein nunca é confiável, está no envio de "centenas de inspetores e na ameaça do uso da força para o caso de o Iraque impor obstáculos ao trabalho deles".
Porém Bush se colocou em uma posição, diz o jornal, nas quais as únicas opções parecem ser a guerra ou um recuo americano diante de Saddam Hussein.
"Há situações nas quais o presidente pode agir militarmente sem o aval do CS, como no caso de os EUA terem sido atacados. Mas apesar dos esforços do governo Bush de conectar o Iraque ao 11 de setembro, não existem provas disso. E se membros da Al Qaeda vivem no Iraque, o mesmo acontece em outros países da região que são aliados dos EUA", diz o jornal nova-iorquino.
O jornal também refuta o argumento do governo americano, segundo o qual uma guerra poderia levar a democracia para o Iraque, servindo de exemplo para todo o Oriente Médio. "Esse é um outro objetivo impossível de ser atingido fora de um amplo acordo internacional."
A ONU, segundo o diário, pode parecer de pouca importância hoje para os conservadores no governo. Mas os EUA precisam dela no longo prazo para a estabilidade no mundo. "Quando o propósito de uma guerra é vago, baseado em argumentos questionáveis, é hora de parar e buscar outros, menos extremos, modos de conquistar seus objetivos", finaliza o "New York Times".



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