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MULTIMÍDIA
The New York Times
Diário americano diz "não" à guerra
"Nos próximos dias, o presidente Bush terá de decidir se as forças
americanas devem invadir o Iraque diante da oposição das Nações Unidas. Nós acreditamos
que há outra opção, envolvendo o
reforço das inspeções a longo prazo. Se nos confrontarmos com a
questão sobre o sim ou não a uma
invasão sem o apoio internacional, nossa resposta é não."
Assim o diário "The New York
Times" expressou a sua posição
em relação à crise iraquiana em
editorial, que se aproxima muito
da postura que a França, a Rússia
e a Alemanha -principais opositores dos EUA no Conselho de Segurança- têm manifestado.
De acordo com o jornal, o último relatório dos chefes dos inspetores da ONU apresentado ao CS
foi devastador para a posição
americana. "Eles não apenas disseram que progresso foi feito, como também descartaram a hipótese de que o Iraque esteja tentando fabricar armas nucleares."
A saída, segundo o "New York
Times", sempre ressaltando que o
ditador Saddam Hussein nunca é
confiável, está no envio de "centenas de inspetores e na ameaça do
uso da força para o caso de o Iraque impor obstáculos ao trabalho
deles".
Porém Bush se colocou em uma
posição, diz o jornal, nas quais as
únicas opções parecem ser a guerra ou um recuo americano diante
de Saddam Hussein.
"Há situações nas quais o presidente pode agir militarmente sem
o aval do CS, como no caso de os
EUA terem sido atacados. Mas
apesar dos esforços do governo
Bush de conectar o Iraque ao 11 de
setembro, não existem provas
disso. E se membros da Al Qaeda
vivem no Iraque, o mesmo acontece em outros países da região
que são aliados dos EUA", diz o
jornal nova-iorquino.
O jornal também refuta o argumento do governo americano, segundo o qual uma guerra poderia
levar a democracia para o Iraque,
servindo de exemplo para todo o
Oriente Médio. "Esse é um outro
objetivo impossível de ser atingido fora de um amplo acordo internacional."
A ONU, segundo o diário, pode
parecer de pouca importância hoje para os conservadores no governo. Mas os EUA precisam dela
no longo prazo para a estabilidade no mundo. "Quando o propósito de uma guerra é vago, baseado em argumentos questionáveis,
é hora de parar e buscar outros,
menos extremos, modos de conquistar seus objetivos", finaliza o
"New York Times".
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