São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

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Cheney pressiona por reconciliação de facções iraquianas

Em visita ao Iraque, vice-presidente dos EUA diz que é preciso agir no campo político para superar divergências

Um dos temas da viagem é a lei que estabelecerá regras para a exploração e divisão da renda do petróleo, a ser votada pelo Parlamento

Reuters
O premiê Maliki (esq.) e Dick Cheney se reúnem em Bagdá


DA REDAÇÃO

O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, fez ontem uma visita-surpresa ao Iraque a fim de pressionar os líderes locais a se esforçarem mais para promover uma reconciliação entre as facções rivais -que muitos analistas consideram como a única solução para o conflito no país.
"Hoje senti uma maior consciência por parte das autoridades iraquianas. Falei sobre a importância de elas trabalharem juntas para resolver esta questão em um prazo mais curto", afirmou. Cheney fez uma avaliação da situação no Iraque e mandou uma mensagem de que é preciso agir mais no campo político para superar as divisões rumo a uma normalização da vida iraquiana.
A visita do vice-presidente acontece em meio à crescente preocupação nos Estados Unidos em relação ao aumento da violência no Iraque. O plano de segurança lançado pelas autoridades americanas e iraquianas no começo do ano parece não trazer o resultado esperado: anteontem o Pentágono avisou a mais 35 mil soldados americanos de que eles devem se preparar para partir para o Iraque até dezembro.
Cheney também pressionou pela implementação da Lei do Petróleo, que estabelecerá regras para a exploração do principal recurso do Iraque e a divisão da renda advinda da exploração pelas regiões e grupos étnico-religiosos que formam a população iraquiana (curdos, sunitas e xiitas). As tensões políticas estão crescendo em virtude da lei, enviada ao Parlamento na semana passada.
A explosão de um caminhão-bomba na cidade de Irbil, no Curdistão (região autônoma no norte do Iraque), ocorrida durante a visita, revela o acirramento dos ânimos. Apesar de relativamente tranqüilo, o Curdistão concentra, ao lado do sul do país, a maior parte do petróleo iraquiano. A explosão deixou pelo menos 19 mortos e cerca de 80 feridos. Na região ao norte de Bagdá, helicópteros americanos mataram duas crianças durante um ataque contra insurgentes.
Em meio à crise, os parlamentares iraquianos anunciaram que pensam em tirar férias de dois meses em meados do ano. O plano foi criticado embaixador dos EUA em Bagdá, Ryan Crocker, que declarou ser "impossível entender" a atitude dos parlamentares.


Com agências internacionais


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