São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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Movimento literário revelou bairro

DE NOVA YORK

O primeiro renascimento do Harlem aconteceu no final da Primeira Guerra (1914-1918) e foi até a metade da Depressão de 1930.
Tratava-se do "Harlem Renaissance", movimento literário negro que reuniu escritores como W.E. B. Du Bois, Claude McKay e James Weldon Johnson.
Foi a primeira vez que o país tomava contato com o então ignorado Harlem negro, antes mesmo de o bairro virar a meca do jazz que revelaria Billie Holiday e Louis Armstrong, entre outros.
O bairro, hoje delimitado pelos rios Harlem (no leste) e Hudson (no oeste), que distam 12 quilômetros um do outro, e pelas ruas 96 (ao sul) e 222 (ao norte), a última da ilha de Manhattan, nasceu em 1658 como uma fazenda holandesa (Nova York foi fundada por descendentes de holandeses, alguns anos antes, como Nova Amsterdã).
O bairro chamava-se então Nieuw Haarlem (Haarlem é o nome de uma cidade holandesa) e foi logo perdido para os britânicos, que tentaram rebatizá-lo de Lancaster. O nome não pegou.
É dessa época a Mansão Morrisjumel, na esquina da rua 160 com a avenida Edgecombe, a casa de família mais antiga da cidade. Em 1873, o Harlem foi anexado por Nova York e virou bairro.

Primeiros moradores
Na última década do século 19 os imigrantes europeus começaram a chegar aos EUA; foram eles os primeiros moradores dos edifícios recentemente tombados.
Foi em 1910 que o corretor negro Philip A. Payton fez a primeira proposta para dois proprietários de prédios no bairro, de alugar a construção inteira para inquilinos negros, que começavam a ter de sair de outras áreas da cidade por discriminação.
O acordo foi aceito. Os moradores brancos começaram a dar lugar aos negros e passaram a ocupar o sul da cidade e os bairros de Queens e Brooklyn. Nascia o primeiro e único bairro negro de Nova York. (SD)


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