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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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Investigadores do 11 de Setembro reclamam do governo americano

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

A comissão federal que investiga os atentados de 11 de setembro de 2001 decidiu reclamar duramente da falta de cooperação de órgãos do governo dos EUA.
Integrantes da comissão disseram que têm problemas com o Pentágono e com o Departamento da Justiça. Os investigadores reclamam da falta de acesso a informações e também do monitoramento que sofrem ao entrevistar funcionários do governo.
"A administração subestimou a escala do trabalho da comissão e a dimensão do apoio necessário. As próximas semanas vão determinar se vamos conseguir terminar nosso trabalho no tempo planejado", disseram, em comunicado, o presidente da comissão, Thomas Kean, e seu vice, Lee Hamilton.
Criada no ano passado, a comissão é formada por membros indicados pelos partidos Republicano (o do presidente George W. Bush) e Democrata (oposição). A previsão é que entregue seu relatório até maio do ano que vem.
Kean e Hamilton assumiram seu comando após críticas a um possível conflito de interesses envolvendo os primeiros indicados -o primeiro escolhido para presidir a comissão era o ex-secretário de Estado Henry Kissinger.
Inicialmente, o governo americano havia se oposto à idéia de montar uma equipe independente para investigar as possíveis falhas que levaram aos atentados.
Mas, com a pressão de familiares de vítimas dos ataques, a comissão foi criada. Agora, a reação da administração às críticas foi diferente. A Casa Branca, por exemplo, rebateu o comunicado da cúpula da comissão, dizendo que instruiu os órgãos a colaborar.
Já o Departamento da Justiça afirmou que a "fiscalização" é uma prática comum em depoimentos de funcionários públicos envolvidos numa investigação.
A comissão reclama ainda da falta de acesso a informações sobre o caso de Zacarias Moussaoui, a única pessoa que está sendo julgada nos EUA por participação nos atentados de 11 de setembro de 2001. Já alguns departamentos do Pentágono não estariam nem mesmo respondendo às requisições feitas pela comissão.
É possível que a comissão peça a Bush e a seu antecessor, Bill Clinton, que respondam a perguntas sobre os atentados. A idéia é descobrir o que o governo americano sabia sobre a Al Qaeda antes do 11 de Setembro e quais atitudes tomou em relação a ela.



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